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Perdão a todas, perdão ao místico e sedutor mundo feminino!
Rasgo todos os conceitos externados de beleza e o faço agora!
Impossível existir melhor percepção visual de divindade...
Sim! O que dessa mulher extravasa rompe o entendimento.
Calando bocas, boquiabertas de total êxtase e contentamento,
Invade-nos, insanamente, quando ao nosso lado passa, demais!
Loucura? Real insanidade? É tudo isso ao mesmo tempo e mais:
Alucina cada mente, preparada ou não, sendo mais que genuína.
Deus, em sua infinita leveza criacional, ousou demais dessa vez,
Alterando a concepção e o pleno entendimento do belo, de beleza.
Não que a forma estivesse exaurida, enxertada de imperfeições...
Impossível é recriar de modo denso, com sutileza, tão linda tez.
Linda em plástica persona, leve em trejeitos... Cheia de fascinações.
Encanta olhos e alma, calando o tempo como diva da realeza.
De onde surgiu essa estirpe, dos confins da ilusão, quem me diz?
E pra onde ruma esse coração que tantos outros já aprisionou...
Maldade... Sim, pura maldade! Como é triste e findo meu tempo.
Ouso apenas fechar meus desejosos olhos e, num reiterado lamento,
Ultrajar toda minha devoção revolucionária, pois quero digladiar.
Rasgar minhas vestes e despir-me da minha própria alma que sofre.
Ah! Deus... Preciso sorver o suspiro da fertilidade que nasce aqui.
Voe, doce princesa... Voe o voo que nos fere a alma leviana.
Invente o reencontro entre o belo e a singela e frágil porcelana,
Levitando entre o real do toque e a abstração do desejo fugaz.
Alicerce na alma desses volúveis viajantes cada um desses desejos,
Revigorando em todos eles o sentido desumano da fêmea que apraz.
Nijair Araújo Pinto
Crato-CE, 14 de abril de 2010.
23h11min