Uma vida passada
Sentada na minha varanda, olho para o horizonte e vejo o mar distante. Aquela imensidão de água numa calmaria em tons de azul e verde…
Às vezes somos possuídos por uma sensação de tristeza ou nostalgia: era o meu caso naquele momento, como tantos outros que me aconteciam no dia-a-dia.
Levanto-me, chego perto do gradeamento da varanda, olho para baixo e vejo, na piscina, as crianças brincando numa algazarra inconsciente e os pais atarefados com elas. Recordo o tempo em que os meus filhos ali faziam o mesmo e em que eu e o pai tínhamos que ter um grande cuidado com eles. Eram três: dois rapazes e uma rapariga. Parece que estou a vê-los: os rapazes a arreliarem a irmã e esta muito sossegada enquanto que eles eram uns diabretes.
Vou passar o fim-de-semana à praia. Sempre que posso, lá vou eu para perto do mar, meu amigo e confidente, que guarda todos os meus segredos e lamúrias, assim como as alegrias.
Ao fim da tarde, fui passear até à beira-mar. Olhando as ondas, fascinada, sentei-me na areia molhada. Já o sol, no horizonte se deitara. E eu, que nem me apercebi de como o tempo passara, deixei-me sonhar, ali mesmo. Lembro-me de quando, em criança, vinha para esta praia. A minha companhia predilecta era a minha prima e passávamos horas dentro da água. As nossas avós faziam má cara para sairmos mas eu dizia sempre: mais um bocadinho, por favor.
Voltei para casa muito amargurada. Logo que ali cheguei, deitei-me mesmo por cima das mantas e adormeci. No dia seguinte, depois de acordar, algo me dizia que tudo ia ser diferente e uma nova vida se iria abrir para mim. Depois do pequeno-almoço tomei coragem para falar com o meu antigo patrão. Eu tinha deixado de trabalhar há mais de 15 anos, pois os filhos, na altura, davam muito trabalho. Agora, como estava só, precisava de uma ocupação. O Sr. Joaquim, dono da fábrica, atendeu-me. Foi muito atencioso comigo e garantiu-me que me iria chamar para trabalhar. Ele era já idoso, devia rondar os 70 anos.
Recordo aquele dia em que falei com ele, dizendo que ia deixar de trabalhar, que as crianças davam muito trabalho e que precisavam de todo o meu apoio. Ele pegou-me na mão e disse: o lugar será sempre teu. Tens sido uma boa colaboradora. Fiquei muito comovida. Agradeci e despedi-me de todos, pensando que nunca mais iria ocupar o meu lugar.
Vou a caminho de casa, cantarolando uma velha canção que minha avó tinha o hábito de cantar. Tanto ela como minha mãe tinham boas vozes e eu queria imitá-las.
Entro em casa e o telefone toca. É o meu filho do meio, o Pedro. Presentemente encontra-se em Inglaterra. Quer dedicar-se à música.
- Olá filhote!
Trocamos ideias, não lhe faltando os conselhos da mãe galinha que sou. Dos três ele foi sempre o mais saudoso e o mais carente.
O mais velho é muito independente. Estava na altura a trabalhar e dei-lhe pouca assistência. Logo, desde bebé, conheceu os infantários e as correrias matinais. Tem o nome do avô paterno: Francisco. Ultimamente visita-me pouco. Vive na Austrália com a namorada. São ambos arqueólogos.
A menina foi a mais mimada. Os irmãos pensavam que tinham uma boneca para brincarem. Andavam sempre atrás de mim para pegarem nela. E eu, com mil cuidados, para que nada lhe acontecesse. O grande problema dela é que tinha crises de asma que, felizmente, com a idade passaram.
Maria, que era o nome da minha mãe, passou também a ser o nome da menina. Desde o início a minha mãe acreditou que, daquela vez, seria uma menina, ainda que nós pensássemos que iria ser outro rapaz.
Maria é uma linda adolescente. Muito tímida e com os seus medos. Está atravessando uma fase difícil, própria da idade. Gosta de deitar a cabeça no meu regaço e pedir-me que lhe mexa no cabelo, uma maneira de relaxar e sentir que está mais próxima da mãe.
Embrenhada nos meus pensamentos esqueci de fazer o almoço, mas a fome não é muita. Vou à varanda, olho em frente e vejo o mar que parece dizer-me:
“Estou aqui!”
Sorrio, volto para dentro e inicio os preparativos para o almoço. Sempre fui boa cozinheira, mas ultimamente não tenho paciência e faço coisas simples para comer. Tenho a mania das dietas. Quando moça era muito magra mas, com os nascimentos das crianças e com a idade, o meu peso foi aumentando e o meu corpo foi-se transformando. Já não sou nenhuma jovenzita e tenho que saber aceitar essa transformação, não desmazelando certos cuidados, como uma alimentação saudável e exercício físico.
A brisa refrescante soprava-me uma saudade do passado. Trazia até mim outros tempos. Sentei-me no chão da varanda e subiram-me arrepios desconfortáveis provocados pelo frio do granito.
Olhava a noite da lua cheia brilhante e reluzindo por todo o céu.
Numa contradição de emoções, o sorriso e as lágrimas misturavam-se. Nestes últimos meses senti-me completamente só, apesar de estar sempre rodeada por pessoas. Tinha saudades do tempo em que os três filhos precisavam de mim. Tinham aprendido a voar e eu nem me apercebera de que eles já eram senhores de si próprios. Tinha deixado de trabalhar para me dedicar completamente a eles. Ser mãe e esposa tinha sido a minha prioridade de vida.
Levanto-me, vou directa ao quarto e deito-me na cama. Quero continuar a recordar, mas aos poucos os olhos fecham-se e adormeço num sono profundo.
Tenho que abrir os olhos. Já é dia? O sol começa a entrar pela janela, Mais um dia pela frente e sinto-me cansada. O melhor será tomar um banho e comer algo nutritivo e andar à beira mar. Assim, ficarei melhor para enfrentar o resto do dia.
Desço a ladeira em direcção ao mar e encontro as minhas amigas.
- Olá bom dia!
- Tudo bem? Não tens aparecido! Temos sentido a tua falta. Que tens feito?
De repente apercebo-me de que me tenho isolado e que deixei de visitar as minhas amigas. Sorrio e dou uma desculpa esfarrapada. Ainda consigo ouvir: “...tenho pena dela, anda um pouco perdida com tudo isto que lhe aconteceu”.
São amigas de há muitos anos, principalmente a Paula. A outra, a Luísa, é uma amizade mais recente, mas não deixa se ser uma amizade forte. Somos mais ou menos da mesma idade, com as mesmas lutas diárias, o desejo de sermos compreendidas e a esperança de algum dia sermos nós próprias. Porque não há liberdade maior do que a que nos permite ser e viver segundo a nossa vontade.
Continuamos o passeio e, sempre tagarelando, fomos até à beira mar.
Luísa diz:
- Vou nadar um bocadinho.
Paula e eu ficamos sentadas na areia observando Luísa que parece um peixe-dourado a nadar. O mar está muito calmo, as suas àguas verdes e azuis transparentes. O sol brilha por cima delas, parece que as beija, dá-nos ideia de um convite. Olhamos uma para a outra e corremos em direcção à àgua.
No regresso a casa, fomos tomar uma bebida, como habitualmente fazemos.
O café tinha pouca gente e o dono, logo que nos viu entrar, fez um grande sorriso e disse:
- Bom dia, meninas! Sempre em forma?
Respondemos as três em coro:
- Sim, Sr. Vasco, sempre em forma.
Começamos a rir pela figura que fizemos e alguém diz: “mas que trio bem-humorado.”
Estamos a bebericar a nossa bebida fresca, quando Paula de repente pergunta:
-O que pensas fazer da tua vida, agora?
Respondi que tinha ido falar com o meu antigo patrão e que ele me tinha prometido o meu antigo lugar.
-Não estou a ouvir bem, vais voltar a trabalhar? E a tua saúde? Tu disseste-lhe?
Levantei-me como uma sonâmbula e caminhei sem destino. Quando dei conta, estava sentada na minha varanda a olhar o mar. Pensava que o afogamento devia ser a melhor forma de morrer e, pelo contrário, morrer queimada seria bem pior.
Maria aproximou-se sorrateiramente e, tapando-me os olhos, dá-me um beijo estridente.
-Olá, mãezinha! O que fazes aqui sozinha?
Eu sorrio, e digo:
-Pensava em parvoíces.
Mudei o rumo da conversa, entrámos em casa e disse:
-Está na hora de regressar à cidade.
-Sim, vamos. Vou buscar a minha mochila que já está preparada.
No dia seguinte, logo muito cedo, dirigi-me à firma, falei com a secretária do Sr. Joaquim e ela disse-me para esperar um pouco. Ia ver se este me podia receber. Entretanto ela volta e diz:
-Entre, o Sr. Joaquim espera por si.
-Entra, rapariga!
Assim me tratava habitualmente o Sr. Joaquim
-Pronta para começar?
Fiquei corada. Não sabia o que responder. Ganhei coragem e comecei por dizer:
-Senhor Joaquim, não sei se poderei executar o trabalho como gostaria. Sofro de uma doença que me deixa muito dependente de outras pessoas, apesar de precisar muito do emprego. Após o nascimento do meu segundo filho, fiquei quase paralisada. Fui a vários médicos e, com exames e medicação, melhorei bastante, apesar de não conhecerem a causa. Ao fim de um certo tempo, comecei com dores nas articulações, fiz mais radiografias, mais exames… Um médico que visitei disse-me que minha doença era artrite reumatóide, uma inflamação articular persistente que tinha de aprender a viver com esta doença. Os meus membros superiores e inferiores, ao longo destes anos, foram-se deformando.
Nesse momento estendi as minhas mãos na sua direcção, mãos deformadas e desviadas.
Ele olhou-me nos olhos e disse-me:
-O lugar está à tua espera.
Os meus olhos encheram-se de lágrimas e agradeci muito comovida.
Regressei a casa mais calma. Escrevi um bilhete à Maria, pus algumas roupas num saco e fui para a praia. Era lá que me sentia bem, junto do mar.
Sentada na areia, olhando o mar e fascinada pela sua grandeza, partilho mais uma vez as minhas confidências.
Agarro a felicidade sem pensar no que amanhã possa acontecer.
O meu trabalho estava garantido, era a minha sobrevivência. Podia dizer que não dependia monetariamente de ninguém, embora fisicamente precisasse sempre de alguém por perto devido à minha incapacidade, o que não me deixava ser completamente livre.
Recordo a minha infância. Filha de mãe solteira, a palavra pai foi riscada e deu lugar a uma outra: padrinho.
Era uma garota gorducha, com a face corada. Parecia uma maçã. Tinha uns olhos verdes cor do mar, que se faziam realçar no rosto. Muito tímida e sempre muito solitária, tinha por companhia uma boneca de trapos, presente da minha avó, que a trouxe de uma das suas deslocações às termas. Entre nós existia uma atracção mágica.
“Minha avó, que saudades eu tenho!”
Infelizmente já faleceu, há alguns anos, deixando-me um grande vazio. Sinto-me um pouco perdida. Foi uma mulher muito corajosa e lutadora. Para mim foi tudo: avó, pai, mãe, e amiga… E nunca esquecerei dos momentos que, juntas, partilhámos.
Aos quinze anos recebi um convite para ir ter com os meus tios aos Estados Unidos. A minha tia tinha tido um bebé e precisava de alguém que a ajudasse.
Fui, na esperança que minha vida pudesse levar outro rumo, conhecendo um pais tão grande, convivendo com outras pessoas…Mas tudo não passaram de ilusões. Regressei ao fim de dois anos. Já não precisavam mais de mim.
Estava tão absorvida nos meus pensamentos que nem dei pelas horas passarem.
Entardecia. A praia estava deserta, o mar calmo e a maré vazia. O pôr-do-sol, lindíssimo, pintando as cores do fogo no horizonte, mais parecia um quadro, um panorama maravilhoso! Que pena não ter a minha máquina fotográfica comigo.
Regressei a casa. Esquecera-me por completo que ia jantar fora com a minha amiga Paula. Fazíamo-lo pelo menos uma vez por semana.
Fui tomar um banho de imersão. Fechei os olhos e deixei-me adormecer.
-Mãezinha! - Grita Maria
-Sim, filha, estou aqui!
-Estás bem?
-Muito bem.
Sorrindo, abri a porta da casa de banho:
-A Paula ligou para que estejas pronta ás 21h.
Fomos direitas ao restaurante. A senhora, quando nos viu, veio ao nosso encontro dar-nos as boas vindas.
-Boas noites! Estejam à vossa vontade.
Escolhemos o menu. Começámos por um aperitivo com uma imperial fresquinha a acompanhar. Enquanto esperávamos pelo jantar, fomos conversando e tentando passar um bom serão.
Como sempre, as nossas conversas giravam à volta da falta de afecto e compreensão que ambas sentíamos. A necessidade de sermos apenas nós e não a sombra de alguém. Foi o que aconteceu comigo: acomodei-me, deixando transparecer que tudo estava bem.
Cheguei a casa e passei pelo quarto de Maria que se deixara adormecer em cima dos livros.
Docemente chamei por ela:
-Filha, acorda!
Ela abriu os olhos e deixou-se conduzir até á cama. Dei-lhe um beijo e fechei a porta devagarinho.
Despi-me lentamente. Estava bem comigo própria e enfiei-me na cama, pensando que amanhã seria um novo dia.
Despertei com o cantar dos passarinhos, já o sol ia alto. Sorri e pensei:
“Que despertar maravilhoso! Tenho uma orquestra só para mim.”
Espreguicei-me e os meus pensamentos recuaram uns anos atrás, ao tempo em que eu acreditava em tudo o que me diziam ou me faziam crer. Criada na religião católica, era devota e fiz a primeira comunhão, assim como a comunhão solene, sempre sonhando que um dia casaria de branco pela igreja.
Chegou esse dia. Vestida de branco, com um grande ramo de cravos brancos que iriam ser oferecidos à Virgem Maria. Promessa de que subiria ao altar pura como sempre sonhei, já que a hipótese de poder vir a ser mãe solteira perseguia-me como um fadário a combater desde que comecei a ser mulherzinha.
Entrei na igreja pelo braço do meu tio. Os convidamos sussurravam entre si:
“Que seja muito feliz. É boa rapariga.”
A cerimónia correu bem, com todos os requisitos habituais. Seguiram-se os parabéns aos noivos, as respectivas fotos para lembrança desse dia especial na vida de qualquer um. A boda decorreu igualmente da melhor maneira. Caía a noite e os pensamentos assaltavam-me com alguma perturbação: como seria enfrentar uma nova vida? Outro ciclo ia agora começar.
Sacudi a cabeça como para afugentar pensamentos menos positivos. Não queria recordar tristezas do passado.
Levantei-me. Tomei um duche rápido e fui dar um passeio a pé. No dia seguinte começava a trabalhar e queria entrar com o pé direito. Sorri como se isso não tivesse qualquer importância.
Passei pelo cabeleireiro. Liguei à Maria e fomos as duas almoçar. Ela não podia demorar muito, ainda estava em aulas. O almoço decorreu num ambiente de sã camaradagem, pois éramos muitos amigas e tínhamos um excelente relacionamento.
Maria olhou para mim sorrindo e perguntou:
-Como é estar apaixonada?
Eu não sabia responder. Fiquei calada. Ela, de tão empolgada, esclareceu de imediato:
- Acho que estou apaixonada. Sinto o coração apertado quando falo com o Gonçalo e, quando não o vejo, tenho saudades dele.
Sorri. Peguei-lhe nas mãos e entrelacei-as nas minhas.
- Sim, Maria, é bom estar-se apaixonada.
“Será que algum dia estive apaixonada?”- pensava comigo mesma.
Regressei a casa e fui para o meu refúgio: uma pequena sala aonde tinha várias fotos, livros, televisão… e onde, geralmente, me sentia bem.
Amanheceu a prometer chuva. O céu apresentava muitas nuvens.
Era o dia em que iniciaria o meu trabalho. Queria apenas poder fazer o melhor possível, uma maneira de recompensar o Sr. Joaquim pela sua boa vontade de me ter na sua empresa. Eu sabia que mais ninguém me aceitaria nas minhas actuais condições físicas.
Cheguei cedo à firma e fui recebida pela secretária do Sr. Joaquim que me indicou a sala de trabalho e a minha assistente, Isabel, com a qual simpatizei imediatamente.
O dia correu bem. Cheguei a casa muito feliz: tinha a sensação de que subira mais um degrau na escada da vida.
Divagar era já um hábito meu. Sem me aperceber distanciava-me das pessoas presentes e era, frequentemente, chamada à atenção.
Após o casamento, passado pouco tempo, fiquei grávida. Não esperava por esse acontecimento tão cedo. Fiquei feliz, pois sempre tinha sonhado ser mãe e, ao longo da vida, acabei por ser presenteada com três filhos maravilhosos.
Entretanto tinha deixado o emprego para me dedicar à família. Depressa, porém, verifiquei que necessitava de mais alguém que me ajudasse nas tarefas domésticas. A artrite reumatóide evoluíra entretanto, fazendo-me passar por momentos muito difíceis, tanto no plano físico como no psicológico. Felizmente hoje está controlada.
Passaram os anos numa passividade quase doentia. Penso que os traumas de infância: medo, insegurança… levaram-me a viver tantos anos à sombra de outra pessoa. Sem consciência do facto, fomo-nos distanciando em todos os sentidos. Não havia diálogo nem partilha na intimidade do casal.
Os filhos mais velhos saíram de casa. Tinham os seus sonhos e foram ao encontro deles. Menos ocupada, dei por mim a querer mudar a minha vida. Sentia falta de algo, sentia-me sufocada. Andei meses a pensar como agir. Um dia levantei-me, decidida a enfrentar os factos. Falámos muito e decidimos que o melhor seria o divórcio.
Os filhos ficaram chocados com a notícia. Para eles não havia justificação. Os pais, pensavam, sempre se haviam dado muito bem e assumiam que o casamento era para toda a vida. Culpa nossa de querermos proteger os filhos, aparentando uma felicidade que, na realidade, não existia.
Os meses passam normalmente. Chegaram, por fim, as férias tão desejadas. Os meus filhos regressam a casa para um período de descanso. Estamos na casa da praia. O jantar decorre animado entre risadas e todos procuram contar as suas peripécias e novas experiências acontecidas durante a ausência da casa familiar.
A dado momento, levanto-me sorrateiramente. Sem que seja notada, venho até á varanda, o meu sítio predilecto.
Olho o mar com toda a sua grandeza e beleza que me fascinam. A noite apresenta-se com uma temperatura amena. O silêncio paira no ar. De dentro apenas chegam as risadas dos meus filhos.
Sei que os medos e a insegurança sempre farão parte de mim. Mas hoje sinto-me confiante e tenho esperança de que um dia me hei-de encontrar.
Uma vida passada, um futuro incerto… Sorrio para o manto azul do mar e junto-me ao grupo, dizendo
-Meus filhos, quero fazer um brinde convosco. Que as nossas vidas sejam paralelas e que cada um possa viver a sua da melhor maneira possível. Vocês estarão sempre no meu pensamento.
Eles correram a beijar-me e disseram ao mesmo tempo:
- Obrigada mamã, pelo que somos.