MEU DIÁRIO (Parte 11) 1980

AQUI AS PESSOAS PODERÃO CONHECER A HISTÓRIA DE ALGUÉM QUE NÃO SE IMPORTA DE EXPOR SUA VIDA. AQUI TEM HISTÓRIA DE UMA GAROTA NORMAL. MUITAS PESSOAS NASCERAM, MORRERAM, CHORARAM, RIRAM. AQUI VOCE SENTIRÁ A EVOLUÇÃO DO PAÍS, DE SERES HUMANOS. MUITO SOFRIMENTO ENVOLVENDO DROGAS, ASSASSINATOS, AIDS, PRECONCEITOS, OPRESSÃO POLICIAL E TUDO QUE VIVI NESSES ULTIMOS 30 ANOS. VÃO RIR MUITO DOS ERROS DE PORTUGUES QUE PRESERVEI. Não deixe de ler os dez primeiros capítulos.

PARTE 11

Na manha seguinte quando acordei, o Beto já estava lá fora fazendo exercícios.

Ele veio com um sorriso lindo e me abraçou. Disse que me amava muito e agradeceu eu estar cuidando dele. Disse que não vai esquecer isso jamais. Que me amava muito. Eu queria uma roupa e ele me deu uma bermuda dele e uma blusa feminina. Eu perguntei de quem era e ele disse que era da ex que esqueceu lá quando foi embora. Eu não ia aceitar mais queria lavar a minha roupa que estava podre. Eu tinha dormido com uma camiseta gigante do Beto. lavei minha roupa. Fui na vizinha a mãe do Antenor e pedi a ela uma panela de pressão emprestada. A ex mulher dele levou tudo e o coitado estava sem nada.

Fiz arroz, feijão, bife a parmegiana e batatinha frita e.

Diário amanha continuo to cansada. São 1 e meia da manha do dia 06/01/1980

Hoje dia 06/01/80 são 4 e 15 da tarde.

Então como eu falava, também salada de agrião. Até eu que detesto comer, estava com fome. Mais tarde almoçamos e depois que limpei a cozinha. Fomos jogar dominó. Estávamos felizes e o Beto parecia muito bem. Mais tarde fui ligar pro Dom e avisar que talvez no dia seguinte eu também não fosse. Eles falaram que apesar de ser ótima garçonete se eu não fosse não precisava ir mais. Mandei o seu Vitório se foder.

Liguei pra vizinha da tia e perguntei pela Suzel. A vizinha disse que a Suzel estava ótima mais que a tia tava falando que quando eu chegasse ela ia me cobrir de paulada. Mandei a vizinha falar pra tia ir se foder.

Cheguei na casa do Beto e cai em prantos. Falei que tinha que ir pois estava a ponto de perder emprego e onde morar. Expliquei tudo e ele falou pra eu mandar todos se fuderem. Eu disse que já havia feito isso.

Ele falou que o Eduardo ia no dia seguinte la buscar ele pra ver o apartamento e que nós estávamos a partir daquele momento, casados. Ele brincou assim.” Senhorita Elisabeth Santos de Carvalho, a senhorita aceita o cavalheiro, gostosao Umberto Romano Seraphini como seu aleijado esposo?” Eu disse quando consegui parar de rir que sim.

De repente entra uma mulher e vai falando “ Quem é essa vagabunda Beto? e o que faz com minha blusa?. Fala pra essa vaca tirar agora” eu fiquei sem fala diário mas percebi que era a ex. o Beto falou pra ela sumir e ela falou que queria a parte do dinheiro da casa. Ele disse pra ela esperar mais um pouco que o dinheiro das comissões das vendas das obras de arte que ele tinha ganhado ainda não tinha saído e ele ia também receber o dinheiro dos carros antigos dele que ele vendeu. Ela disse que era bom mesmo e que não queria vadia na casa que ainda era dela. Ele disse que eu estava cuidando dele e ela falou, você ta doentinho é? Ela pegou a bengala e bateu no gesso dele ele se torceu de dor e daí eu expulsei ela de lá. Ela veio pra cima mais ele conseguiu agarrar ela pelo pescoço e ela saiu gritando que ia chamar a policia. Depois chegou a policia mas viu que ela tava errada e todos foram embora. Fiquei em choque. Mas ele falou que tudo ia passar.

E assim foi. Na manhã seguinte o Eduardo veio e fomos ver o apartamento. É tão lindo e eu já na cabeça comecei a decorá-lo.

O Beto também gostou muito e fechamos negócio. O Beto então pediu para eu ir até o Dom e pedir as contas. E avisar a Selma que nós ia mudar aquele dia mesmo e que Eduardo ia buscar minhas coisas e de meus irmãos naquele dia mesmo. Diário não tem palavras o tamanho da felicidade. Eu fui pro Dom. o Beto e o Eduardo foram ao banco pegar dinheiro para pagar o deposito do apartamento. A Selma pulava de alegria e disse que ia na Maura quando saísse para pegar suas coisas. Quando voltei o Beto já me esperava com o contrato na Mão e feliz. Fomos em uma loja e ele comprou. Uma cama de casal. Já tinha guarda-roupa embutido no apartamento.televisao a coressss. Gente eu tinha tv a cores. Ele queria comprar fogão mas falei que eu tinha um novinho. Ele comprou uma geladeira linda amarela igual meu fogão e uma mesa com quatro cadeira. Esse mês e final de ano o Mappim estava com umas ofertas legais e prestações ótimas.ele nem quis esperar os cara entregar. Passou no deposito e em duas viagem levamos na perua do Eduardo.

Aproveitei e gastei o resto do meu salário e comprei lençol, toalhas, pratos, copos. Tudo noviiiinho e lindo demais.

Depois fomos no mercado e o Beto fez uma compra enorme. Tanta coisa chique que eu nem sabia que existia. Salame, requeijão, ovo maltine, caixas de cerveja e de refrigerante. Muita coisa mesmo. Ele falou pra eu pegar fralda descartável. Mais era tão caro, usava e jogava fora. Um desperdício. Ele pegou uns pacotes e jogou no carrinho do mercado que já tava lotado. Ele riu e falou que eu só comprava material de limpeza e que um dia a gente ia comer cândida no outro sabão e assim vai rimos é que vi uma lavanderia no apartamento e eu sonhei com ela cheinha de produtos de limpeza.

Depois fomos pra o apartamento e comecei a guardar tudo. Tinha um armário embutido de cozinha eu limpei, passei alcol e arrumei tudo bonitinho. O Beto comprou pizza e comemos antes de buscar a Suzel e os manos. Ia ser uma felicidade só.

Fomos e quando chegamos a tia veio com tudo e eu falei que vim buscar as crianças, que eu ia morar com o Beto. ela ficou surpresa e disse que esperava que eu soubesse o que tava fazendo e que Deus abençoasse eu e os meninos. Falou pra eu levar a Suzel pra ela ver. Eu agradeci ela por tudo e falei que quando tivesse tudo arrumado eu ia buscar ela pra almoçar conosco e que não se preocupasse que nois ia ser feliz finalmente. Ela falou quem ia cuidar da neném eu disse toda orgulhosa que o Beto disse que eu não precisava trabalhar. Ela ficou feliz também e até comprimentou ele.

As crianças tava arrumando as malas todas felizes. A Delma pegou os brinquedinhos. O Cláudio pegou a vitrola os discos e uma mochila de roupas. Depois ajudou o Eduardo a por o fogão, o berço e a beliche na perua. Arrumei tudo. Peguei até umas roupinhas que a tia tinha deixado de molho da Suzel e coloquei no balde e levei.

As vacas das minhas primas que estavam esperando a tia me bater, ficaram de bico morrendo de raiva. Eu falei pra elas. Tchau suas invejosas e aprendam a viver.

A Maria mandou eu tomar no cu e levou uma cabada de vassoura na boca da tia eu ri e ela entrou correndo. Que peninha da penosa.

Chegamos finalmente e o Beto foi deitar porque tava doendo a perna. Eu regassei as mangas e fui ajeitar tudo.

O apartamento era grande mas só tinha um quarto em compensação a sala era enorme e eu peguei uma cortina que a tia me deu e dividi.

Coloquei a beliche dos meninos um criado mudo e a cômoda da Suzel pra os meus irmãos. A Selma chegou em seguida e alegremente todos trabalhavam decorando e ajeitando. A Delma brincava com a Suzel que adorou o espaço. Na tia não dava pra ela gatinhar no quintal por causa dos cachorros e a casa era um ovinho. Agora tudo limpinho com carpete.

Fechei a porta do quarto assim que coloquei o berço da Suzel lá dentro para o barulho não atrapalhar o sono do meu Bem. Apesar que ele tava roncando que era uma beleza. Mais tudo bem. Ninguém roncava mais que a tia Mercedes.

A Suzel ta com fome, vou dar janta pra ela depois continuo.

Agora são meia noite e 45. do dia 07/01/80. todos estão dormindo e ta um calor. Eu to aqui na cozinha escrevendo. O Bem está dormindo. Amanha ele quer voltar a trabalhar de novo. O médico deu mais um mês pra ele ficar em casa mais ele disse que não agüenta. Ele é muito trabalhador. Voltando... eu e meus irmão estávamos vivendo um conto de fadas. A Delma olhava pela janela encantada. Ela nunca tinha visto a cidade e do nono andar do prédio, era tudo lindo demais. Da janela da lavanderia dava pra ver a São João e da janela da frente o Largo do Arouche o restaurante Dinhos play. Era muita lindeza.

Depois comemos o resta das pizzas que sobrou do almoço e fomos dormir cansadíssimos.

Na manha seguinte liguei pra vizinha da tia e deixei meu numero de telefone 221-9871 Tinha telefone que chique. Eu preparei pela primeira vez, um café da manhã. Pra toda minha família. O Bem acordou elogiando a mesa e o cheirinho de café. Perguntou se eu estava feliz, eu falei que tinha até medo de acordar. Ele riu e disse que também estava feliz.

Todos acordaram. Eu fiquei ali observando a família. Dei mamar para Suzel que acordou estranhando um pouco. Mas logo foi gatinhando olhar a janela e brincar. A Selma e o Cláudio. Foram trabalhar a Delma e Suzel foram brincar. O Bem falou pra eu ficar um pouco perto dele assistindo tv e disse que a tarde nos ia devagarzinho comprar uma coisa legal que ele viu eu olhando na loja e sonhando. Fiquei curiosa e ele disse que era surpresa.

Fomos no Mappim e sabe o que era diário? Uma arvore de natal. Nossa! Eu sempre quis ter uma arvore de natal. Mas pra mim só rico tinha. Depois ele falou pra gente levar a Suzel e a Delma na pracinha do Largo do Arouche. Elas adoraram e quando voltaram estavam com areia ate na alma. Dei banho nelas e elas foram ver desenho . eu fui fazer almoço e o Bem foi ver uns papeis da separação dele.

Depois começamos todos juntos montar a linda arvore de natal. Tinha pisca, pisca e tudo.

A noite quando o Cláudio e a Selma chegaram, ficaram felizes com a arvore e disse que nos tava vivendo que nem ricos.

Eu lembrei da mãe e falei pra eles que ela devia ta tão feliz de ver nós da certo na vida.

O Bem foi atender o telefone. Nós levamos um susto com o barulho e o Bem riu da gente.O Bem disse que a mãe dele ligou e convidou nós pra passar o Natal na casa dela. Ele disse que não que agora ele tinha família e que ia passar com nós. Eu senti que ele não se dava bem com a mãe dele, mas disse que ele que sabia.

Passou alguns dias e o Bem está quase bom. Agora já anda quase sem precisar da moleta. Estou muito feliz com isso. A Selma esses dias disse que está grávida de quase 3 meses e que fez exame porque estava em duvida ainda. Eu fiquei preocupada. Falei com o Bem e ele disse que fazer o que né?

Na véspera do natal eu já preparava um pernil lindo, pudim, um chester que a Selma ganhou no Dom , maioneze. O Bem já estava dirigindo e saiu falando que ia comprar uma surpresa pra mim. Os presentes das crianças já tínhamos comprado. Ele comprou outra tv para nosso quarto. Assim não ficava aquela disputa quem ia assistir o que.Gente do céu diário, muito feliz. Duas tv... os meninos tem rasao, nós tava vivendo que nem ricos. A noite todos prontos e ficamos vendo a corrida de são Silvestre pela tv e na São João que nem uns bestas. Corria pra tv e depois pra lavanderia ver pela janela os atletas passarem. Eu e o Bem já estava bêbados. Agora ele já podia beber. Tinha parado de tomar remédio. Os fogos tudo lindo. A meia noite descemos e fomos comprimentar as bichas que estavam em pavorosa na Vieira de Carvalho. Achamos alguns conhecidos e o Bem levou todos para o apartamento. Comemos a ceia, uns sentados no chão, outros na mesa. Ficamos até ás 5 horas da manha. As pessoas foram embora e a família foi dormir. Eu aproveitei para limpar tudo. Não suporto sujeira e as 8 horas tudo limpinho, deixei as carnes encima da mesa coberta com uma toalha, ainda estava quente pra por na geladeira fui tomar banho e deitei um pouco. Olhei para o Bem adormecido e agradeci a felicidade que ele estava me dando.

Umas 11 horas acordei com o Bem falando alto. Sai correndo e ele segurava um gato pelo pescoço. Era o gato do vizinho que passava da lavanderia dele pra minha as vezes. Os donos dele acho que foram viajar e eu até joguei um pouquinho de comida na lavanderia dele. O Bem segurava o gato com ódio que eu jamais tinha visto em seu olhar. Ele disse que o gato tava comendo as carnes e ia pagar. Falando isso ele jogou o gato pela janela do nono andar. Eu gritei e todos acordaram assustados. O Bem falou que era pra voltarem a dormir. Que não tinha acontecido nada. Eles foram meio sem jeito. Eu chorei mas quando olhei o gatinho tinha caído num toldo e andava sem nada quebrado. O Bem então disse. Que foi Beth? Esse gato é mais esperto que você. Você que deixou as carnes na mesa para ele saborear. Diário, eu não acreditava no que estava ouvindo. Ele disse isso e voltou para o quarto. Eu sentei na cozinha e chorei por horas. Me perguntava porque ele tinha sido tão grosseiro? O que fiz? Ele mais tarde acordou e me abraçou pedindo perdão. Disse que estava nervoso com a proximidade da audiência que ia dar ou não a guarda do filho dele. Pediu mil perdão e disse que aquilo não ia acontecer mais.

Eu desculpei mais fiquei preocupada e...CONTINUA NA PARTE 12.

ELISABETHDOVITAL
Enviado por ELISABETHDOVITAL em 23/10/2009
Código do texto: T1883180
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