MEU DIÁRIO (Parte 5) 1978

AQUI AS PESSOAS PODERÃO CONHECER A HISTÓRIA DE ALGUÉM QUE NÃO SE IMPORTA DE EXPOR SUA VIDA. AQUI TEM HISTÓRIA DE UMA GAROTA NORMAL. MUITAS PESSOAS NASCERAM, MORRERAM, CHORARAM, RIRAM. AQUI VOCE SENTIRÁ A EVOLUÇÃO DO PAÍS, DE SERES HUMANOS. MUITO SOFRIMENTO ENVOLVENDO DROGAS, ASSASSINATOS, AIDS, PRECONCEITOS, OPRESSÃO POLICIAL E TUDO QUE VIVI NESSES ULTIMOS 30 ANOS. VÃO RIR MUITO DOS ERROS DE PORTUGUES QUE PRESERVEI. Não deixe de ler os quatro primeiros capítulos.

Eu voltei lá pra Maura. Uma maravilha poder ficar vendo o Mauro, ouvindo sua vóz mesmo sem conversar com ele porque noz estávamos de mal. Olha diário eu já estou grávida de 8 meses. Estou muito contente. Já tenho o enchoval do nenê completo, a Maura quem fez, ela já até escolheu o nome do nenê. Se for menina chamará Janaína e se for menino, Roberto. Mas eu e o Mauro estávamos de mal e ele não gostava que eu saia, eu mandava os meus amigos irem me buscar lá pra gente sair e ele ficava se mordendo de ciúmes. Fomos brigando cada vez mais e a Maura fazendo de tudo para nos entendermos de novo. Mais ele orgulhoso e eu o dobro. Não queríamos nos humilhar de fazer as pazes. Teve um dia que o Mingo foi me buscar para assistir esse filme que ta estourando no cinema, Os embalos de sábado a noite com o John Travolta e ele atendeu a campainha ai a Maura perguntou quem era e ele respondeu que era um palhaço de suspensório. Fiquei louca da vida e fui embora, só por enquanto Estou lá em Suzano na chácara de uma amiga e hoje vim visitar aqui a casa da minha tia Mercedes e da Nalva. Só vou voltar pra casa depois que o nenê nascer. A Selma continua a morar lá e eu de vez em quando vou visitá-la e sempre acabo brigando com o Mauro, mas deixa pra lá, eu gosto dele e ele de mim isso é o que interessa. Hoje eu estou pensando em ir lá na Selma, talvez eu vá. Só isso falou? Tchau.

25-11-78 Eu vim em São Miguel na casa do Mingo e a bicha não esta. Eu daqui a pouco vou pra Selma. São 3 e meia da tarde, la pras 4 e meia eu vou la. Só isso // // // // //

Eu já estou indo na Selma, já estou no ônibus na avenida Amador B. da Veiga.

Oi, tudo legal? Hoje é dia 02/12/78. aquele dia eu fui pra Selma ou melhor no serviço dela mais não fui na Maura, o que quer dizer que não vi o Mauro. Sabe diário é este mês que vou ser mãe, não sei o dia nem a hora mas é este mês.

Sabe eu ainda estou aqui na minha tia Mercedes. Não posso ir pra Suzano, não sei se eu já te contei que eu ia pra Suzano com uma amiga, mas como surgiu o problema dos meus irmãos, eu não irei mais. Eu estou seriamente pensando em ajuntar meus irmãos. Morar-mos todos juntos. Porque depois que minha v´morreu, os meninos estão sendo muito maltratados e não adianta eu estar bem e meus irmãos numa pior. Vou citar o nome de mais colegas. Zequinha, Paulinho, Alcântara, Wilson, Idalina, Nair, Nilce, Nolga, Lurdes, Ambrózia, Nazira, Nilza, Alemão. Meus cantores favoritos, Benito di Paula, Rita Lee, Ney Matogrosso, C/ Automatic. Só por hoje, são 0 horas.

5-12-78. Diário dia 3 eu fui na Selma, depois saímos do serviço dela e fomos lá pro apartamento. Chegamos lá e o Mauro perguntou assim”Quem chegou ai?” a Selma respondeu “eu e cia” ele ficou quieto e continuou lá no quarto, eu nem liguei, depois eu e a Selma saímos e fomos tomar uma cerveja, ela tomou eu fiquei com enjôo e tomei suco e eu vim embora. Na volta eu passei na Idalina, minha colega com quem eu ia pra Suzano. Ela já tinha mudado pra lá de vez e levou o enchoval do nenê que eu já tinha deixado com ela, as minhas roupas meus documentos. Já pensou? Agora eu tenho que ir lá em Suzano buscar as coisa e ir bem rápido senão o nenen nasce e está pelado. Puta que pariu, essas coisas só acontecem comigo. Hoje eu vou lá na Selma pra ela vir comigo resolver essa situação dos nossos irmãos de uma vez por todas. Hoje sonhei com a minha mãe, ela estava tomando banho e me olhava muito triste, será que eu estou fazendo alguma coisa errada? Se eu estiver errada em alguma coisa, peço que deus me perdoe e minha mamãe me mostre onde estou falhando. Amanha quero ir com a Selma na casa da minha tia Margarida. Quero comunicar a ela sobre meus irmãos. So vou falar porque o Cláudio fez questão porque eu ia tirar eles de lá sem avisar ninguém e se o caldo engrossase e eles fossem perguntar porque eu não tinha os avisado que os meninos iam sair de lá. Eu respondia: porque eu tinha que avisar voces sendo que voces nunca me avisaram que o Cláudio e a Delma passavam fome? Acho que por hoje é só diário. Boa tarde que agora vou enrolar meu cabelo.

Diário, hoje é dia 7—12-78, são 1 hora da madrugada. Antes de hontem eu fui na Selma e vim com ela pra tia Mercedes e hontem fomos pra casa da minha tia Margarida. Chegando lá ela já foi falando que as crianças logo viriam pra casa dela e que ela ia tratar muito bem dos meninos e patati e patata e bla bla bla...nem dava tempo da gente falar com ela. Noz ficamos sem saber o que fazer??????{diário desculpe, um imprevisto, hontem acaou a luz bem na hora que eu estava escrevendo} agora são 6 e meia do dia 7-12-78 como eu ia dizendo, nós ficamos sem saber o que fazer. Almoçamos e falamos pra minha tia que iríamos lá em Guarulhos ver as crianças. Ela fez de tudo para nós não ir, ela sabia que se nos visse-mos como as crianças estavam sendo tratadas nós não ia gostar, mesmo assim nós fomos.

Chegando lá a Delma estava lavando loca na chuva, o Cláudio tinha saído. Perguntei onde ele tinha ido e o tio falou que ele saiu pra vender uma rifa de um amiguinho dele. Quando o Cláudio chegou já era noite. Eu perguntei pra ele de que amiguinho era a rifa. Ele falou que era do tio. Eu fiz que não percebi a mentira que o tio contou e fiquei sem entender o porque meu tio mentiu.bem, depois a Selma foi comprar café, pão e manteiga pra noz tomar café porque a Delma falou que a piranha da mulher do meu tio já tinha falado que ninguém ia jantar. Eu a Selma e as crianças tomamos café e oferecemos pro tio. Ele falou que não queria. A mulher dele desde que noz chegamos que ela ta trancada no quarto deles e não saiu mais. O Cláudio foi levar noz no ponto do ônibus. Tentei animar meu irmão dizendo pra ele que eu e a Selma íamos fazer de tudo pra alugar logo um apartamento pra eles ir morar conosco. Que depois do dia 20 nóz íamos lá pra ver se eles ainda estavam com o tio Zé e se estivesse noz íamos tirar eles de la custe o que custar. Ele ficou todo contente. No ônibus eu e a Selma tratamos de ir lá no dia 14. vamos pegar o dinheiro da pensão dos meninos e comprar roupa e sapato e não dar nenhum tostão na mão do meu tio senão as crianças não vê nem o cheiro. Noz iremos passar o dia inteiro la com eles. Quero ver se a piranha da Ângela vai passar o dia inteiro trancada no quarto. Se bem que eu e a Selma não fazemos questão nenhuma de ver a cara dela mesmo né? Não vejo a hora de chegar dia 14. eu estou bem mais acho que estou noz dias de ter nenê. Tomara que não nasça antes do dia 14. eu ainda estou sem ir buscar minhas tranqueiras em Suzano. Já pensou se o nenê nasce esses dias que judiação, sem uma roupa pra vestir. Está tudo lá em Suzano. Só isso por hoje, bem pelo menos por agora. São 10 pras 7 da manha, viu que horas levantei? FIM.

Bom dia, são 1 e 10 da madrugada do dia 15/12/78 quinta feira. Eu já fui em Suzano pegar minhas coisas. Comecei agora a fazer meu pré natal. Isso assim porque na hora H eu não quero ficar de hospital em hospital e fazendo o pré natal o medico me da a carta. Eu estou sossegada agora é só esperar a hora e deus que me ajude. Isso tudo graças a minha tia Mercedes porque se não fosse ela, eu nem sei o que seria de mim. Bem diário como eu te disse eu e a Selma fomos pra casa de meus irmãos. Levamos a pensão deles que veio mais dinheiro que a tia Mercedes que recebe disse que é abono de natal. Levamos a fim de chegar la e comprar roupas e sapatos pros guris mas quando chegamos lá o meu tio José Marcelino veio com sete pedras pra nos linchar...

CONTINUA NA PARTE 5

ELISABETHDOVITAL
Enviado por ELISABETHDOVITAL em 07/10/2009
Código do texto: T1852851
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.