Menina de rua, ou pérola de Deus?
Essa doce menina, que conheci aos 6 anos de idade
Sabida, inteligente, graciosa e muito alegre
Em uma favela de Ribeirão Preto
Uma família destruída, uma mãe vítima da marginalização
Naquela avenida eu a encontrei um dia
Olhos vivos, pedindo dinheiro nas janelas dos carros
Mistura de dor, indignação, inconformismo
E o pior foi constatar que sua mãe é que a fez refém
É essa a realidade em que vivemos
Rostos indefesos, crianças sem identidade
Olhos fechados das autoridades
São ignorados pela sociedade
Em que situação você se encontra hoje, querida? Será que ainda vive?
Queria poder te rever
Um abraço, um afago e oferecer ajuda
Em que esquina da vida irei encontrá-la?
Rindo, chorando, amamentando, talvez?
Inserida num contexto de violência, prostituição?
Do seu rostinho não me esquecerei jamais
Aquela garotinha tão esperta, sorriso com vontade de viver