ACRÓSTICO


M elhor fora não tivesses partido,
A ssim no verdor da mocidade,
E mbora a Deus tudo faz sentido
S erás luz também na eternidade.
T ua batuta correu mundo afora
R egendo e compondo sinfonias
O rfeu das mais belas fantasias.

S oubeste, com magia exemplar,
I novar acordes, sem conflito,
L evaste erudição ao popular
V olitando deste ao erudito.
I mago de carinho e de virtude,
O maestro galgou a excelsitude!

B arbato ainda imberbe foi rendido
A os encantos da Euterpe, grande musa,
R evelou-se um virtuose aguerrido
B om soldado ecológico, sem recusa.
A floresta amazônica e seus duendes
T eria inspirado o derradeiro ofício: uma
Ó pera em tributo a Chico Mendes.


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O maestro Silvio Barbato estava entre os passageiros do fatídico voo 447 da Air France, saindo do Rio com destino a Paris, que terminou tragicamente na madrugada de 01/06/2009.
Essa é a singela homenagem de um fiel admirador que assistia sistematicamente aos concertos por ele regidos às terças-feiras na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional Claudio Santoro, em Brasília, onde o maestro foi Diretor Musical da Orquestra Sinfônica por 12 anos.
Além de ter regido orquestras sinfônicas brasileiras e européias, Silvio Barbato destacou-se como compositor de ópera, balé, sinfonia e trilha sonora de filme. Consta que a Opera Chico Mendes era um projeto sonhado que ele não teve tempo de iniciar ou concluir, se é que teria iniciado.