DESALENTO.
Como se a vida fosse um menino
Abandonado, como eu sozinha
Vivo essa vida no desalinho
Nada me anima, nesse mundinho.
Ando calada, buscando um tino
Nem mesma eu sei com o que me afino
Fico isolada, sem um carinho
Nem ouço o canto, de um passarinho.
O que me resta? Nem imagino
Penso em amores, em desatinos
Não escolhemos nosso destino
O mundo é sempre, tão repentino.
Olho pra frente, nem luz nem flores
Sinto tristeza, e dissabores
Em uma prece peço em dores
Que Deus perdoe meus opressores.
Goretti Albuquerque.