Os sentidos

Ver, enxergar e escolher qual parte do corpo que estou visualizando deve fixar minha atenção. Enxergamos e não damos valor, pois se tornou comum. Mais quem a perde vai enxergar o sentido de falta e dar mais valor ao resto do seu corpo. Todos os dias passo debaixo de uma árvore, com o dia corrido que levo a deixei banal, ainda não tinha visto o grau de importância que ela tinha naquele momento do meu cotidiano. No lugar em que passava agora sentia calor, me lembrei de uma brisa que tocava o meu rosto e comecei a reparar que agora estava tão seco, passei a falar que era o aquecimento global, coloquei a culpa na rua que tinha sido asfaltada, chegava ao meu trabalho um pouco estressada - ai que calor!No outro dia passei e reparei que tinha algo estranho e diferente naquele lugar... Ela tinha sido cortada.

Enxergar não era o bastante eu precisava ter percepção, eu precisava notar o que realmente importava para o meu bem estar, é muito difícil, eu sei, que os que não vêem estão numa situação de inclusão social muito complicada não percebem o que estão ao seu redor, ficam inerentes ao meio em que vive e se você acha que estou falando de deficiência física, não, é a deficiência da insensibilidade. Veja aquilo que é comum, feche os olhos e acredite por alguns segundos que esta enxergando absolutamente tudo. Vislumbre os atos mais simples e com sua sabedoria faça-o se tornar mais magníficos dos momentos. É assim que descobri que vemos tudo e não sabíamos.

Louise Rocha
Enviado por Louise Rocha em 10/04/2009
Reeditado em 26/04/2009
Código do texto: T1532756
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