FOLHAS CAÍDAS
Folhas mortas, inertes, outonais,
Ontem verdes, sadias, muito vivas,
Lembrando a alegria dos pardais,
Hoje mirradas, caídas entre silvas.
Assim como o passar dos animais
Sofrem o mesmo trajecto duma vida.
Caem aos montões, farrapos na calçada,
Amálgamas de formas calando a dor,
Inferno que separa a coisa amada.
Dantes erguidas nos caules dos jardins,
Agora rastejando sem calor
Sacudidas, como a vida no seu fim.