Odeio te amar eternamente
o que me leva a este amor doentio?
daqueles que maltratam o coração da gente
embriaga a nossa alma e nos deixa por um fio
irresistível, maculado, pungente
outrossim, desfruta do meu ser de modo arredio.
tento a todo custo livrar-me deste amor
ensaio incansavelmente a minha carta de alforria
agarro-me a minha sórdida dor
mal que me faz bem, minha execrável fantasia,
afinal, não passo de um pecador,
reprovável essa minha covardia
eu odeio te amar eternamente
tanto, que esqueço até de mim
esqueço de minha própria vida, simplesmente,
revivo a cada dia quando te vejo em meu jardim
nada abala essa paixão
algo que corrói dentro do meu peito
meu medo de deixar-te seria a solidão?
esse sofrimento, vivo, e suportavelmente aceito.
não que eu não goste de mim, do meu ser,
talvez este seja o meu jeito
esta é minha sina, estar contigo pra poder viver.