RIO DE JANEIRO, CIDADE MAIS QUE MARAVILHOSA
RIO DE JANEIRO, CIDADE MAIS QUE MARAVILHOSA
Josa Jásper
R io, ó meu Rio...
I dolatria...
O u desvario?
D e qual dos teus renomes ri minh'alma?
E com que dunas de paz repousa calma?
J á questionei, por vezes, teu feitio.
A doração terei por teus lugares?
N ão sendo afeito às brisas de outros ares
E nem de aragens frescas de outros mares,
I ndago à brisa que se enlaça em meu coqueiro:
R io de Janeiro, idolatria ou desvario?
O rgulho justo ou vício tolo e passageiro?
C idade amiga, mais do que maravilhosa,
I dolatrar-te é meu dever, em verso ou prosa!
D elírio meu? Com quem o diz, entro em conflito!
A alma nacional garante o enfoque
D as margens do Xuí ao Oiapoque
E clode apoio ao meu ardente veredito!
M ais aprazível do que o Rio de Janeiro,
A firmo não haver nenhuma outra cidade!
I nexistiu e há de faltar no mundo inteiro
S ó por tratar-se, eu sei, de uma exclusividade.
Q uando do Rio, por acaso, te ausentares,
U fano, então, de percorrer novos lugares,
E m teu retorno hás de beijar meu manuscrito...
M ulheres belas...
A reias mornas... Vivas telas!
R io, ó meu Rio... idolatria ou desvario?
A vida, aqui ou lá, envolve riscos...
V ê se decide: queres telas ou rabiscos?
I dolatria ou desvario, pouco importa!
L embra que o Rio não possui só vidas tortas:
H á gente boa que, conosco, é maioria.
O Rio é um lindo rio! E o lodo que o sufoca
S erá drenado pela fibra carioca,
A té que amá-lo não for mera idolatria!