Sagrada Volúpia
Um tímido poeta, um dia, dedicou-me este acróstico
E ntre prosas e trovas flácidas te canta o alaúde
L evitando ao toque febril d’alma relutante do menestrel
I negável surge, sublime, sublinhando a canção amiúde
Z éfiros véus, coroam-te solene senhora da terra e do céu
E nquanto bandolins deslizam aos dedos a te encantar
T ranscendentalmente, revela-te exata nas vãs filosofias
E mbrenhando-se ao espírito impávido de te lapidar
C antam, salmodeiam, exultam tua beleza exorbitante
A nte altar de veneração, prostrados em contemplação
V elam imersos ao teu sonho cadenciado e flutuante
A rrebatam preces para te alcançarem em submissão
L ançam almas profundas para serem dignos da tua luz
C entralizam deveras quimeras a tua voz qual cítara
A njo magistral que seduz, volúpia qual tiro de obus
N as entranhas dos átomos, do espírito, do ego..
T ransformas amor a fulgor, céu a fel, nos poetas dementes
E ncomendando teu semblante aos olhos concupiscentes
Ele prefere o anonimato...e eu, respeito!