“Amar não é divino, é dever”
“Amar não é divino, é dever”
Amanheci sentado, o divino é algo casto, inatingível, sagrado, imaculado, adorado sem questionar, exalado ao respirar.
Minha dúvida ficou sem descansar, o amor verdadeiro é coisa rara, mal acabado na essência, torturado na poesia, exclamando de forma falha, sofrível em seu dia a dia.
A maneira de ver o céu, seus anjos, sua magia, enobrece minha alma, enche o peito de alegria, torna certo um ato falho, perdoa até quem não devia.
Resolvi inovar então, o amor tão maçantemente falado, escrito e declamado tornou-se trivial, sacral um tanto quanto usual, o que dizer então de algo sem razão.
A razão de procurar, por alguém ou a salvação, faz-me insano e combalido, nas contendas de minha alma, não me apego ao infinito.
Leigo e inexperiente sei que sou e muitos também, sou criança temerosa, inconseqüente, muito feliz, se amar é um deleite, este aprendiz quer sempre à frente.
Guardei desde pequeno um rancor, o mal em sua raiz, a morte nunca é um ato falho, mesmo que se pense sempre e infelizmente ela é assim.
Um adeus ou até logo, palavras fortes, marcantes e tristes quando se diz, um amor que veio logo, nunca deve e também não pode ser tratado assim.
Escrevi um belo recado, acho que era um pedido, um perdão ou algo assim, fiz de forma sincera e clara, pensei que enfim estava salvo, mas a escrita foi a giz.
Minha forma de ver o amor não condiz o que já fiz, o amor não é algo raro, consumado ou diretriz, o amor pede seu espaço, um pedaço, um pó de giz e a beleza deste causo é amar e ser feliz.