Coletãnea de Acrósticos
ACRÓSTICO
As palavras se cruzam
Considerações são feitas
Rapidamente também mudam
Ópio que tu aceitas
Sem perceber te transmudam
Trama semântica
Incrível distração
Cômica, dramática ou romântica
Outra palavra sugerirão
MALUCA
Muitos crimes prescrevem bons sonhos
Acontecendo em locais proibidos
Ladra de beijos
Uivos seus enlouquecidos
Crivando-me de balas amorosas
A cena do crime coberta de rosas
MERGULHO
Mesmo que eu fuja
Escandirei minhas sinas
Rumo a mil léguas submarinas
Ganharei a pérola que perdi tantas vezes
Uivarei dentro dágua
Lindas bolhas sairão
Hoje, depois de alguns meses
Ouvirás o meu perdão
TECLADO
Teclar é como roer as unhas
Envolve um descarrego total
Comece a teclar naquilo que te propunhas
Leia depois e verás qe não fostes mal
Assuma o lado poético
Desperte seu lado emocional
Ouça seu interior, mesmo que patético
Harmonia
Hoje
Assisto
R indo
M eu
O utro
N ascer
I ncrivelmente
A gressivo
DOCE
Dê-me um pouco do seu mel
Oculte meu lado agressivo
Caminhe comigo até o céu
Ensina-me a não ser impulsivo
Intolerância
Inquieto tento mais uma dose
Numa queda ainda pior
Toda dependência me comove
Ouço a voz de alguém superior
Litígio doido que quase me mata
Eis você com aquela conversa chata
Rôer as unhas já não é suficiente
Acho que cicuta será mais eficiente
Nunca pensei que iria desmoronar
Coisa de maluco esse seu olhar
Instigando-me a atraí-la com meus cortes
Assassina! Colecionadora de mortes!
HEMATOMAS
Hei de retornar aí
E encher você de manchas
Mutilarei seus sentimentos
Assim sairei daqui
Turva como a água atrás das lanchas
Ouvirá sussurros antes de dormir
Meu sangue se juntará ao seu
Assim amenizará o que sofreu
Suas escoriações hão de ressurgir
ROSA
Rosa na boca
Olha que louca
Sábia liberdade
Assume a verdade
Computador
Consome-me no fogo
Olhar o incêndio não basta
Msn vira jogo
Ponha lenha no teclado
Usufrua da distância que nos afasta
Termine com essa fogueira acesa
Acabe comigo para que nasça de novo
Domine, conquiste, vire a mesa
Oprima a dor da solidão que massacra
Reine até mesmo onde não há povo
CAMINHO
Corre o vento vago
Arrastando as solidões
Minha alma é um lago
Imerso de indecisões
Nado em ondas
Higienizo decepções
Ouço braçadas
AVIÃO SEM ASA
A sas da imaginação
V iolenta turbulência
I nclinam numa direção
A frontam a paciência
O utros ventos a levarão
S onharei sozinho
E mbriagando-me com vinho
M as sem seu carinho
A ssim que mudar o vento
S oltará seu para-quedas
A frontando-me em novo tempo