ARMAÇÃO DOS BUZIOS...Cidade que nasci.

Armação dos Búzios,RJ... Cidade que nasci.

A advindo seu nome pela variedade de conchas e caramujos encontrados em suas areias,banhadas de sangue pelo assassinato das baleias. Caramujos grandes nomeado pelos invasores de Búzios, que os índios usavam como instrumento musical e tocavam para avisar aos outros o perigo que se aproximava mais um navio pirata aportando...

R reduto das muitas armações fincadas pelos portugueses para facilitar o transporte das riquezas do Brasil! dali partia a tão cobiçada cana de açúcar, para adoçar a Europa amargando a vida dos primeiros habitantes da vila. Que promiscuíram em troca de tão pouco, a inocência de meu povo!

M mais de vinte praias pros negreiros ancorarem em Armação dos Búzios, e trazendo noticias de outras armações ficadas ao longo do litoral desse imenso país.

R rebeliões em outras tribos que matavam e comiam os brancos para vingar as atrocidades a eles impingidas, suas índias ainda meninas trucidadas e violadas . Quanto sangue se misturou aos das baleias que com seu óleo iluminou vilas inteiras clareando os salões da corte portuguesa.

A abasteciam na armação suas as naus , e dizimavam os Potiguares Goitacás Tupinambás e Tamoios revoltados, grandes pescadores! Este legado foi o que restou, a agricultura e a pesca, e também o catolicismo. Ensinaram ao índio que o Deus que havia dentro da “santa do pau oco” era um Deus que castigava. Se não me lhes dessem suas indiazinhas para que saciassem os prazeres da carne...

C conta história dos piratas franceses, e de tantos escravos, da Baleia sangrar... Mistura de ritos, da bebida trazida a bordo das naus para acalmar os espíritos como eram puros! Muitos morriam das doenças trazidas nos porões escuros das embarcações, não lhes era dado o direito de cantar e dançar seus mortos, e entregar ao seu Deus Tupã suas almas, quanta covardia!

A aportavam invasores de todas as nações, e trouxeram S’antana para cateczar negros e os índios . Trabalharam na construção da capela que ai esta, visão privilegiada, e me pergunto, se daquele local foi feito o mirante que história omitiu, da li o jesuíta ou o capelão, ou até mesmo o donatário enxergava melhor a bandeira da pirataria, colocando na frente de batalha os índios que não conheciam armas e tampouco matavam seus irmãos, e os negros que bem dançavam, mancharam meu solo com o sangue irmão... Ergueram a capela contaram uma estória para boi dormir, ou melhor para índio temer...

O os índios pescadores natos amantes do chão, de banana mel e cana! Hoje não são os negreiros a aportar em seu belo cais, suntuosas embarcações trazendo, turistas de longínquas terras. Em busca da beleza de suas águas de seu bom clima constante. Fruto da publicidade feita por Brigite Bardot, nos idos de mil novecentos e sessenta, quando lá também aportou, e eu nascia! Por obra do criador quem sabe estava escrito que mesmo sem estátua na praça da cidade, eu contaria suas memórias...

D doutrinaram os índios , trouxeram um sino! A história não registrou tudo, imagino o quanto meus perderam a vida. trabalhar para adquirir este sino. Sim pois a exploração era enorme! Encantaram os mesmos com o som, eles que de tão puros e se deixaram enganar...

O os pobres dos negros que conseguiam fugir criaram quilombos e eu venho de lá! Rasa baia formosa, e os arredores S. João da Barra, Campos e a miscigenação se fez!

S sou a amalgamação destas celebres culturas “ A Poetisa dos Ventos” neta de Antonio Pereira , um negro! Filho de pais libertos, de pela lei do ventre livre, e de Sinhá Júlia , filha de Manoel da flauta e Aia!

B Búzios pariu-me na lestada, alimentou-me com pirão de banana verde e bonito escalado ,quando menina conheci o lugar onde se escalavam os mesmos, a casa do peixe onde as mulheres da aldeia trabalhavam em troca do alimento os homens pescavam e elas escalavam, a casa de Dita e Pidi.

U Ungiu-me a ventania soprada, e o mesmo sino tocou quando lá fui batizada aquele som que aos Tupinambás corrompera!

Z Zulmira a avó sorriu encantada, pois a índia mestiça era congregada e passou o tempo, do meu avô Luiz Custódio pouco se falou pois o mesmo desencarnou moço deixando viúva avozinha querida, e três filhos infantes ,meu pai o primogênito aos doze anos já somava na lida, pescador desde de criança. O que não o impediu de ser para nós um artista, mesmo sem estudar musica tocou vários instrumentos. De onde originou o apelido Manoel da Flauta...Tocou em muitos bailes para animar a moçada desta aldeia, há muito para resgatar!

I inda lembro de muitos momentos á madrinha “Nair in memória” tio Cecílio esse meu padrinho, este texto lerá! Uns acrescentaram subsídios para honrar a memória deste balneário difundindo em todo mundo, sem que seja contada a história de quem ali cresceu viveu e morreu, sendo apenas mais um, a encantar os Europeus...

O Ozana declamará aos seus filhos, e os meus que ai está, hão de orgulhar-se, haverá festa na Rua das Pedras e o sino da igreja de S”ANTANA, tocará mais uma vez”!

S se fará ler e saber ao Prefeito e o secretario de cultura, que esta filha da terra leva ,Armação do Búzios no vento leste ,versando epopéias para todo o mundo! Do iapoque ao chui, traduzida em muitos idiomas, nas línguas de seus muitos visitantes...

“A Poetisa dos Ventos”

Deth Haak

14/3/2006.

“ Eu estou correndo a maratona de ACRÓSTICO vem comigo.”

Obs: bonito cavalo é uma espécie de peixe , escalar foi à maneira encontrada para preservar com sal o peixe, os invasores trocavam o sal pelo pescado abundante nesta península . Foi à base da alimentação dos meus antepassados, servido com pirão de banana verde, e farinha de mandioca que os mesmos plantavam e moíam em uma única casa de farinha existente no tempo que conto.Plantavam juntos colhiam faziam a farinha e partilhavam entre si, bons tempos aqueles! Ainda hoje primo por essa iguaria de sabor inenarrável. Vou contar mais uma , a sobremesa era mel degustado no favo, o café feito no fogão à lenha com caldo de cana ,hum uuuu. Nasci na Rua das Pedras : Rua Bento Ribeiro Dantas, n: 124 onde minha mãe inda hoje mantém a casa. Ai está minhas memórias...

‘A Poetisa dos ventos”

Deth Haak

16/3/2006

Deth Haak
Enviado por Deth Haak em 16/03/2006
Reeditado em 16/03/2006
Código do texto: T124154