C2
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Colei meu rosto junto à estática e fria tela,
Impressionado com a beleza que surgia.
Não poderia, nunca, tocar a pele que emergia...
Tentei, tentei... Inutilmente, era apenas tátil.
Horas depois, na solidão da minha sofrida ilusão,
Yes! Finalmente brindei, sozinho, o desejo contido.
Ao fim do ato, feliz e cansado, sonhei com algo mais.
Voar, vociferando o vulcão da fêmea ardente que desejo.
Alimentar esse sonho, burilando minha aparente loucura,
Leva-me a acreditar que a vida sem devaneios de usura,
É que nos torna frio qual respingos gélidos do fútil medo.
Revigoro o prazer sentido sem a presença do desejado corpo...
Imploro, de joelhos, que ajoelhada ela me permita a penetração!
Assim, curvada, entregue ao meu paladar, brindo, no ato de amar.