Presente recusado

Um dia recebi um presente

Veio especialmente, quando estava eu tão carente!

A solidão que eu sentia foi embora de repente!

Mas, da mesma forma que chegou,

A alegria em meu peito transbordou.

Caiu por terra tudo o que parecia impossível,

A sensação de que eu era desprezível.

A medida que o tempo foi passando,

Minha vida foi se transformando,

E um lindo céu se descortinou,

Indo embora toda dor, todo sofrer.

Xingava o passado, mas tudo mudou.

A sua voz no ouvido me fez reviver.

A sua companhia desejei ardentemente.

Mais e mais, estar com você seria meu presente.

O companheiro ideal, amigo e verdadeiro,

Rasgando a cortina de uma vida em cativeiro,

A preencher com conselhos e carinho o tempo inteiro.

Que houve agora, meu amor?

Um vento impetuoso parece que tudo destruiu.

E o que era alegria e carinho sumiu.

Gesto concreto de amor, então lhe fiz:

O perfume mais gostoso, aquele que você quis.

Sabendo que estaria sozinho a me esperar...

Também não tardei a me arrumar.

O carinho com que escrevi aquele cartão,

Sendo eu, na verdade, o presente a lhe dar.

Os mais doces beijos de amor no portão.

Mas, qual não foi minha surpresa:

A toalha jogada sobre a mesa,

Sugeria que outra pessoa era esperada.

Quisera eu que fosse um sonho!

Um pesadelo que logo passaria.

E não teria que aceitar o mal tamanho.

Pois meu presente por você foi rejeitado,

E o que parecia amor tornou-se ilusão.

Não mais vou poder ter você um bocado,

Agora tudo voltou a ser solidão.

Nádia Maria
Enviado por Nádia Maria em 28/08/2008
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