O ENJEITADO
Tão pobrezinha a criança,
Ao rico estendeu a mão
E ele orgulhoso e sisudo:
- Fora daqui! Não dou não.
Aquele infante assustado
Sem carinho e sem direção,
continuou a rotina
Em busca de lar e de pão.
Nunca encontrava um apoio,
Por mais que estendesse a mão,
Sentia frio e sonhava,
Cabisbaixo, chorava em vão.
Na calçada fria e êrma
Ficou só a meditar:
- Ah! Se eu tivesse um abrigo,
Para extinguir o meu penar...
Vivia assim o enjeitado,
Sem u' a mão carinhosa,
Que lhe tirasse os espinhos,
Transformando-o em meiga rosa.
De repente despertou,
Pensando que estava a sonhar,
Sentiu seu corpo mover-se
E alguem baixinho falar:
- Coitadinho do menino,
Vem comigo meu amor,
Eu nunca tive um filhinho!
Como esta sujo!... Que horror!
A criancinha indecisa:
- Será que eu estou morrendo?
Mal sabia o pequenino,
Que agora estava vivendo.
Tornou a fita-la então
Com os olhos de criança.
Já estava calejado,
Não tinha nem ESPERANÇA.
Compreendeu o milagre
Depois de tanta ternura,
Viu que a distinta mulher,
Era simples, meiga e pura.
Abraçou aquele anjo
A sofrer na tenra idade
De alma clara simples cheia
De amor, ternura e bondade.
Foi assim aquele infante
Para onde desejava,
Deus lhe deu a mamãezinha
Que ele jamais esperava.
Assim vive a meninice,
Pela rua abandonada,
Por faltar a mão amiga
Para tira-los do nada.
Nesses jovens transviados,
Vejo os homens criminosos:
- Ladrões e feras humanas
Nos caminhos tortuosos.
Mas se encontrarem carinho,
E o auxilio d' um forte,
Serão livres dos perigos
Do vício, pecado e morte.
Os médicos caridosos,
Advogados leais,
Engenheiros competentes,
São os reflexos dos pais.
Papaizinho é todo aquele,
Que cerca alguem de carinho,
Fazendo a rosa da vida,
Perder todo o seu espinho.
Deus assim nos ensinou
Cuida bem dos seus meninos,
Não os deixe assim no mundo,
Vinde a mim os pequeninos.
E assim meu prezado amigo
Não desperdice o dinheiro,
Lembra que sempre precisa
Ajudar seu companheiro.
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PAI e MÃE são palavras iguais, tem o A de AMOR no meio.
Brasil verdes matas de CRIANÇA ESPERANÇA.
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