FUGINDO DA ESCURIDÃO

PESA-ME A INTENSA ESCURIDÃO

MAS À TUA LUZ POSSO FLUTUAR

LUZ QUE EMANA DE SUAS MÃOS

TÃO SÁBIAS E TÃO PRECISAS

QUE FORMAM OS REDEMOINHOS

AS CARRADAS DE BOI

OS PASTORES SOLITÁRIOS

QUE JÁ EXISTIRAM,

MÃOS QUE CRIAM VIDAS

QUE SARAM FERIDAS MORTAIS,

EMBRAVESSEM AS ONDAS

E ALEGRAM OS CÉUS,

QUEM DERA TER ESSE DOM

E NÃO CAMINHAR EM TREVAS

ALUGAR OS LINDOS CASTELOS

TÃO CHEIO DE LUZES

REPLETO DE BELAS DONZELAS

DANÇARINAS DO DIA

QUE ATIÇAM COM FANTASIAS

DEPOIS COMEM E BEBEM ATÉ CAIR

BEBEM PELA MUITA REBELDIA

E PELOS ANOS DE PRISÃO.

MAS A TARDE TODOS FOGEM

AS MOÇAS OS VELHOS E OS MENINOS,

FOGEM DA NOITE QUE MATA

QUE É FRIA E CRUEL,

MAS NAS MÃOS DO MESTRE

NÃO É ASSIM

O MUNDO MUDA DE COR

NÃO CAEM AS PÉTALAS DA FLOR

O PRINCIPE NÃO MORRE DE AMOR

AS MÃES NÃO SÃO ASSALTADAS

DA RAZÃO DE SUAS VIDAS

O MUNDO NÃO É TÃO CRUEL

NA LEVEZA DO SEU PINCEL

MAS O PINTOR ACABOU MORTO

MORREU TAMBÉM O GRANDE POETA

DEIXOU ETERNIZADO O LINDO AMANHECER

COM SEUS JARDINS ILUMINADOS

MATOU MULTIDÃO DE DEMONIOS

INCENDIOU MUITAS CIDADES

DECRETOU MORTE AOS SEUS REIS

MAS NÃO SARARAM AS PRÓPRIAS CHAGAS

NEM ETERNIZARAM SUAS VIDAS.

É ASSIM QUE TUDO TERMINA

COMO UM DIA QUE SE VAI

SE VAI O SOL E O CORPO RECLINA

ADORMECEM OS HOMENS

E NUNCA MAIS VÊEM O SOL.

Gabriel de Oliveira
Enviado por Gabriel de Oliveira em 15/06/2008
Reeditado em 07/12/2010
Código do texto: T1035189