Inquietude de poeta
I nventam-me: poeta!
N em tampouco perguntam
Q uanto verso ainda falta,
U nitivos, que o me façam.
I ntitulam-me, de um modo,
E ncravado na palavra,
T endo eu, menos roçado, que
U m canto que me lavra.
D evo eu sagrar-me tal?
E is que surge então um tal?
D evo sagrar-me, tao!
E is que surge tal!
U m poema no poeta!
M eu poeta na poesia!
P enetram-me a porta
O nde o quieto, hospedado,
E xcita-se por substantir-se.
T ocando no cerne do verbado,
A versando-se, por cultura.