Hoje! Óio essa image seca, morta, do sertão,
A dor nesse peito, essa dificulidade, o disfeito,
Trás inté a misera, a fome, e toda essa escuridão,
Parece inté, que o sertão aqui, num tem sujeito.

Todo dia morre um animá, manhece caído no chão,
Inté parece um castigo, do criador, de Jesus Cristo?
Que de vez inquando, manda secar o meu sertão,
Acuando o sertanejo, ficano o pobe, mercê de anticristo.

Já queimei coivara, afiei a enxada, foice e facão,
Insperando uma gota d’água, inté um chuvisco,
Quereno espaiar semente no roçado, fazê prantação,

Adespois oiá aquele verdão, tudo nascido no chão,
Capiná, roçá, isperá brotá, naquilo tudo, os fruto,
Que, cada semente, caiu aqui dos calo, de minha mão.
Léo Pajeú Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Bargom Leonires em 19/05/2017
Reeditado em 23/08/2017
Código do texto: T6003740
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