Primaveras sombrias
PRIMAVERAS SOMBRIAS
Tu sabes quanto amei e o quanto fiz,
A fim de nos prender com vime e laço,
Talvez só tu não saibas meu fracasso,
Do quanto amando assim não ser feliz!
Ó mísera, esta ingrata dor da sorte!
Só dei passos errantes nesta vida,
Cansado e já com a alma mal ferida,
Sem rumo, não encontro mais meu norte.
Se dei passos errantes e pequenos,
Mesmo em vão, não deixei de amar-te menos,
Qual se fosses a eterna namorada.
Ao deleite do amor – contentamentos,
Esperei primaveras sem tormentos
E encontrei temporais sem minha amada!
Meu agradecimento muito especial à poetisa Ângela Faria de Paula Lima, pela carinhosa interação com o belíssimo soneto que transcrevo abaixo:-
Sombras
E eu busquei-te tanto nesta vida
Alguém que me quisesse assim bonito
Mal pude imaginar fosse querida
E que me procuraste tão aflito...
Saber o que a chance assim perdida
Seria para o coração contrito
Me faz sofrer bem mais por esta lida
Sem nunca alcançar o amor bendito...
Nem sei por quais caminhos paralelos
Vivemos outras vidas, mil duelos
Sem nunca encontrarmos nem em sonhos
Também em primaveras de tormentos
Sei que vivi em vão os meus momentos
Que fazem os meus olhos tão tristonhos!...