Primaveras sombrias

PRIMAVERAS SOMBRIAS

Tu sabes quanto amei e o quanto fiz,

A fim de nos prender com vime e laço,

Talvez só tu não saibas meu fracasso,

Do quanto amando assim não ser feliz!

Ó mísera, esta ingrata dor da sorte!

Só dei passos errantes nesta vida,

Cansado e já com a alma mal ferida,

Sem rumo, não encontro mais meu norte.

Se dei passos errantes e pequenos,

Mesmo em vão, não deixei de amar-te menos,

Qual se fosses a eterna namorada.

Ao deleite do amor – contentamentos,

Esperei primaveras sem tormentos

E encontrei temporais sem minha amada!

Meu agradecimento muito especial à poetisa Ângela Faria de Paula Lima, pela carinhosa interação com o belíssimo soneto que transcrevo abaixo:-

Sombras

E eu busquei-te tanto nesta vida

Alguém que me quisesse assim bonito

Mal pude imaginar fosse querida

E que me procuraste tão aflito...

Saber o que a chance assim perdida

Seria para o coração contrito

Me faz sofrer bem mais por esta lida

Sem nunca alcançar o amor bendito...

Nem sei por quais caminhos paralelos

Vivemos outras vidas, mil duelos

Sem nunca encontrarmos nem em sonhos

Também em primaveras de tormentos

Sei que vivi em vão os meus momentos

Que fazem os meus olhos tão tristonhos!...

Onofre Ferreira do Prado
Enviado por Onofre Ferreira do Prado em 01/02/2016
Reeditado em 09/12/2022
Código do texto: T5530419
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