FARDO...

FARDO...

Que fardo tão pesado qu’ eu carrego,

Sabendo que não vens olhar-me mais,

E à dor e à solidão então, me entrego;

Assim feito o crepúsculo no cais...

Não ver-te nunca mais é dor profunda

Inciso corte n’alma que se agita

E sangra de amargura e já se inunda...

Ó alma minha choras tão aflita!

Afago este vazio à procura

Dos dias que tu eras meu amor

E choro me embebendo de lembranças...

O ermo é o meu lar. Não tem mais cura,

A chaga que me fere e traz a dor

E o amor que me maltrata aqui me alcança....

Arão Filho

São José de Ribamar-MA, 05.05.2915.