RUÍNAS DO MEU TETO*
Se eu deixar de escrever, talvez não diga
O sentimento oculto que me dera
O instinto sem razão, fazer-se fera
Invisível que o corpo à alma liga.
Talvez meu pensamento ‘inda prossiga
Obstinadamente como eu era.
Mas, desfazendo o enigma que eu fizera,
Ser um poeta já não mais consiga.
Se o acaso, enfim, roubar-me o afeto
E um fardo de ilusões pesar-me aos ombros,
Destruirei meus versos. Eu prometo.
Meus versos serão ruínas do meu teto.
Fragmentados sob os meus escombros
Restando estrofes deste meu soneto.
___________________
*Republicação.
Se eu deixar de escrever, talvez não diga
O sentimento oculto que me dera
O instinto sem razão, fazer-se fera
Invisível que o corpo à alma liga.
Talvez meu pensamento ‘inda prossiga
Obstinadamente como eu era.
Mas, desfazendo o enigma que eu fizera,
Ser um poeta já não mais consiga.
Se o acaso, enfim, roubar-me o afeto
E um fardo de ilusões pesar-me aos ombros,
Destruirei meus versos. Eu prometo.
Meus versos serão ruínas do meu teto.
Fragmentados sob os meus escombros
Restando estrofes deste meu soneto.
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*Republicação.