A guerra e os quadros

"Em agosto, do ano de mil novecentos e trinta e nove, Hitler invadia a Polônia.."

Os franceses também são convocados...

Picasso vê seus amigos partirem, e a cidade sangrar soldados.

"Maldita guerra, hoje era dia da pescaria noturna em Antibes...

Páris agora, me espera, na torre Eiffel ou nas catacumbas... Marie- Thérèse e Maia já estão lá."

Picasso aluga um apartamento no último andar,

vista eterna para o mar...

"Seria bom para qualquer um que se considerasse pintor"

Enquanto aviões rasgam os céus, ele pinta.

E, quando ele pinta, a guerra está longe.

Quando ele pinta, não há guerra senão paz.

Quando ele pinta, não há tristeza, não há morte, nem papéis sujos, as horas passam, pessoas e aves.

Ele pinta, Alexandre conquista o império romano,

Ele pinta, Nietzche pensa, Cristo perdoa, Raul escreve, Beatles canta, a chuva molha, o sol brilha...

À guisa de tela, usa pranchas; à guisa de paleta, assentos de cadeira; na falta de cavalete, pinta agachado no chão.

Em plena guerra, em pleno caos, ele pinta.

" Pinta cada vez mais como Deus ou diabo"

Tahutihator Frigus
Enviado por Tahutihator Frigus em 27/04/2017
Reeditado em 21/09/2017
Código do texto: T5983050
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.