Vento de pai

No corredor, indo do banheiro para a sala senti o cheiro do meu pai que um golpe de ar me trouxe, virei-me e voltei como que se ele estivesse ali e me chamasse no quarto ao lado esquerdo. Não, não foi nada, apenas o vento assobiando como quando ele trabalhava em meu favor, sempre em meu favor. Suspirei fundo o vento de pai como alguém que dá um longo mergulho em profundas águas.

Alessandra Espínola
Enviado por Alessandra Espínola em 03/09/2005
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