Se eu ainda te amo...

Eu me permitiria ser romântica o suficiente pra te descrever minhas pernas tremendo, o coração pulsando descontroladamente, o meu mundo parecendo parar quando sinto você mais perto. Mas, embora seja tudo isso verdade, sou racional ao extremo pra me permitir ser tão piegas. Hoje ouvi aquela música que falava em tantas razões pelo qual alguém pode se apaixonar e não saber qual delas soou tão suficiente. Mas depois de alguns anos, não saber parece ser distante demais, impessoal demais, parece ser o avesso do que é amor. E parece ser exatamente o que sinto agora. Não porque não seja amor, também não estou dizendo que é. Na verdade, eu falava de não saber. Não saber como foi teu dia ao final da noite, não saber o que te fez sorrir ou o que te irritou a ponto de te calar. Não saber qual o último filme que você assistiu ou qual música te representa agora. Nao saber se você está acordando minutos antes de entrar no trabalho ou a tempo suficiente de preparar seu café. Não saber se ainda pensa em mim, se quer me ver mesmo que de longe. Não saber de você e nem de mim. O que fazer com os dias que tem gosto de penitência? O que fazer com as mãos que paralisam quando tento te escrever algo e não sei que assunto nos serviria de elo? O que fazer com esse não saber se a incerteza me chega menos cruel que a convicção do teu esquecimento? Apenas me dói, não saber. E saber que você também não sabe de mim. Então se me perguntarem se eu ainda te amo, direi não sei. Como poderia saber?

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A poesia Gira na Sociedade dos Poetas Por Vir

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Alice Alencar
Enviado por Alice Alencar em 19/05/2013
Reeditado em 13/05/2015
Código do texto: T4298611
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