APAGAMENTO

Apagamento

Escrever, ler, reler

como seres sôfregos

em busca de um amparo

que não existe em palavras,

apenas em vibrações

ler reler e reescrever

como condenados

ao inferno, caso

nada mude em cada um

de nós.

Ler

reler, apagar, deletar.

Sumir com palavras estéreis,

estereotipadas,

sumir com iludidas palavras.

Em vão este trabalho

de descartar, filosoficamente,

verdades jamais sólidas.

Cai o dia, sobe a noite,

entra a lua e...

entropia.

Me apavoro

sem luz prata sobre o mar

profundo.

Afundo, nem mais

distinguo lágrimas e mar salgado.

Sou silêncio no mundo,

do mar profundo ao eco entre

os Andes.

Tânia B.

Tânia Barros
Enviado por Tânia Barros em 24/02/2008
Reeditado em 13/09/2017
Código do texto: T874281
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