Céu sem cor

Tudo chegou ao fim,

O senhor de preto carrega as velas já acessas.

Acabaram as agruras e misérias...

A madrugada fria se esvai, já não sei onde estou.

Agora, pouco importa o destino.

Quem sabe o mais ralo dos porões,

O mais sujo dos lixões,

Tanto faz... Tanto faz...

Tragam tudo, já!

Os grandes e pequenos gestos,

As anotações e canetas.

Tragam os restos do que foi deixado na estrada,

Os restos de tudo, os restos de nada.

Acenda também a fogueira, o dia já escureceu...

Soltei a muleta que sustentava os céus,

Todos caíram no inferno que é a realidade.

Não havia nada lá.

Havia um céu sem cor, olhos sem dor.

Quando percebi, a luz apagou.

Curaram-se os medos e as dores,

Naquela noite de sábado em algum lugar

O dia não amanheceria. Não mais...

Era o fim do nada onde tudo aconteceu.

Tahutihator Frigus
Enviado por Tahutihator Frigus em 28/10/2017
Código do texto: T6155992
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