CANCELA
 
Tudo passa pela cancela
Quem não passava por entre
Passava em frente dela
O gado campeado
O boi foragido
O cavalo alazão prateado.
 
Tudo passa pela cancela
O vaqueiro errante
A linda donzela
Só não passava
Que não tinha vindo antes
Ou enfrentava procela.
 
Tudo passa pela cancela
O sanfoneiro festeiro
O burro mateiro
O cangaceiro fugido
Dos macacos do sertão
O amante advertido
Por um bravo marido
De armas na mão.
 
Tudo passa pela cancela
O sonho pretendido
O desejo sem trégua
O homem preterido
O jumento e a égua
Só não passa pela cancela
Quem não viu a estrela d’alva
Que deixou o sertão pra trás
Que esqueceu o cheiro do prado
Quem não vive, já morreu.
Por que outros aqui jaz.
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 25/04/2012
Código do texto: T3632595
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