No final das manhãs
não insista. não és camaleão
para sonhar na minha árvore.
afaste-se. aprenda a ser
melhor sem máscaras
de pano e cera.
ameaças e esquecimento
repetem-se no mesmo palco.
giram candelabros no vento.
teu corpo desnudo não atrai
o brilho dos meus pecados.
és Narciso. estás morto.
guardo apenas as flores,
cores e mares e a poesia
dos teus olhos.
quase cheguei à sombra
mas logo voltei à luz.
diria que o impossível amor
abafa a alma com sinais de
medo e dor.
é inevitável.
continuo a gargalhar
longe dos fantasmas
e a dançar novos ritmos
no final das manhãs.