DESEJO APARENTE
 
Nada tem o gosto de teus olhos,
Mesmo sem saber o sabor,
Apenas de desejar teus olhos,
Num desejo pleno de amor.
Nada tem o gosto de tua boca,
Ainda sem poder tocá-la,
Lábios carnudos, encarnado,
Exibidos na tela do tempo,
Neste sonho, nesta época,
De desventura, senzala.
Nada tem o gosto de tua pele,
Este abundante caramelo,
Assim exposto, assim pólen,
Portanto doce igualmente zelo.
Nada tem o gosto de teu hálito,
Sabor suave inconfundível,
Não ei de perder o hábito,
Deste meu único combustível.
Nada tem o gosto do teu cheiro,
Este gosto de amor por inteiro
Exalado nos cantos, na imensidão,
Querendo meu corpo, lassidão,
Depois de uma noite de paixão.
Nada tem o gosto de teu sexo,
Prolixo, impossível, desnudo.
Cheio de amor, um complexo,
Deixado no tempo, perdido,
Sem culpa, sem nexo.
Nada tem o gosto dos sonhos
Os meus, os teus, desmedidos,
Carregados, possíveis, medonhos,
Expostos nos meus, teus olhos,
Esperando o momento incerto
Dos letargos punidos pelo o tempo,
Pelo teu anseio passível,
E pelo os desejos efêmeros.
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 27/12/2013
Código do texto: T4626816
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