Nos meus ombros

O vento espalha o perfume

das folhas depois da chuva.

II

O rio aberto passa

nos meus ombros.

Naufraga em mim

um navio do outro

lado do mundo.

III

Adoro ver-te quando dormes;

meus dedos deslizam no teu

corpo de anjo.

Digo orações copiadas

do caderno amarelado

de minha avó.

Vibram as horas

quando penso

e quando falo

em ti.

IV

Servem às palavras

o ritmo das ondas do rio

nos meus ombros.

Raimundo Lonato
Enviado por Raimundo Lonato em 24/07/2017
Reeditado em 25/07/2017
Código do texto: T6063838
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