Quadriláteros

Na quarta fase do tempo condecorado com estrelas indulgentes

Deslizei às minhas margens frias, sombrias, sanguinolentas...

Como folha afogada na apatia leviana do mistério que caminha para o mar

Beijei a face do sol que escondia uma lua vermelho vivo, vermelho nu, vermelho sangue

Uma lua nova prateada em sua velha fase de mudez, eclipsada com mel e sal

Bocas púrpuras se abriram recitando um cordel desconhecido

Em círculos, circuitos notáveis de rimas inversas, métricas inéditas

A tempestade branca caia desgovernada escondendo a outra face do tempo

Em sucessões de versos sem nexos, anorexos e dislexos

Versos que flutuavam moribundos em uma atmosfera calejada de prazer e dor

Preciso como inspiração guiada pela estrela Dalva e certeiro como um raio

O tempo serpenteia o arco-íris de minha iris inebriada, indômita

Formando cores que ainda brincam comigo, e como bússola sem floreios

Norteiam meu entusiasmo cravejado de vida em um mundo que ainda é meu.

(Edna Frigato)

* Título gentilmente cedido a mim pelo grande poeta e amigo Marcelo Braga. Obrigada Marcelo!

Edna Frigato
Enviado por Edna Frigato em 16/05/2012
Reeditado em 16/05/2012
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