Quadriláteros
Na quarta fase do tempo condecorado com estrelas indulgentes
Deslizei às minhas margens frias, sombrias, sanguinolentas...
Como folha afogada na apatia leviana do mistério que caminha para o mar
Beijei a face do sol que escondia uma lua vermelho vivo, vermelho nu, vermelho sangue
Uma lua nova prateada em sua velha fase de mudez, eclipsada com mel e sal
Bocas púrpuras se abriram recitando um cordel desconhecido
Em círculos, circuitos notáveis de rimas inversas, métricas inéditas
A tempestade branca caia desgovernada escondendo a outra face do tempo
Em sucessões de versos sem nexos, anorexos e dislexos
Versos que flutuavam moribundos em uma atmosfera calejada de prazer e dor
Preciso como inspiração guiada pela estrela Dalva e certeiro como um raio
O tempo serpenteia o arco-íris de minha iris inebriada, indômita
Formando cores que ainda brincam comigo, e como bússola sem floreios
Norteiam meu entusiasmo cravejado de vida em um mundo que ainda é meu.
(Edna Frigato)
* Título gentilmente cedido a mim pelo grande poeta e amigo Marcelo Braga. Obrigada Marcelo!