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Veredas Semióticas


A lei da equivalência das janelas, postulada por Brás Cubas, nesse caso – aqui e agora – é a sincera tentativa de compensar, não o comprometimento da moral (como cinicamente defendeu a criatura machadiana), mas o constante equilíbrio entre o discurso de fôlego (devido à relevância temática) e o curto espaço ofertado por esse Perfil de publicações literárias. O jogo antitético proposto por esta Recepção se refere à impactante e transgressora poesia frigatiana.

Edna Frigato, paulistana convicta, excelente e carismática professora de Geografia, enveredou pela Literatura, inicialmente, na produção de Enunciados e Pensamentos. Rapidamente, suas Frases se tornaram famosas e se espalharam pela Internet e pelas Redes Sociais, dificultando, até mesmo, a manutenção de direitos autorais. São Pensamentos líricos, filosóficos – existencialistas - cujo ineditismo e o poder de síntese, em valiosos conteúdos dissertativos, surpreendem seus leitores, convidando-os à incisiva reflexão sobre inúmeros assuntos.

Não satisfeita, Edna ampliou sua produção poética, imprimindo, no começo, um estilo mais contemporâneo na construção de estruturas textuais livres das regras de composição clássicas (soneto, metrificação, etc.). No entanto, mesmo em início de carreira, a poetisa já demonstrava espontaneidade ao apresentar uma linguagem poética recheada de metáforas e alegorias raras ou inéditas, tanto nos poemas quanto nas prosas poéticas. Essa parte de sua Obra de Arte pode ser conferida, pelos receptores, nas últimas páginas desse belíssimo Livro Digital.

Curiosamente, as narrativas construídas por Edna Frigato não se limitaram apenas à prosa. Percebem-se, em alguns sonetos também, relatos poéticos com impressionante poder de conclusão devido ao curto espaço físico (o soneto). Em seus contos (short stories), os eventos se iniciam já no clímax e o veloz desfecho cinematográfico acerta o baço do perplexo leitor. Tamanha intensidade desperta, nesse leitor (agora atento), a curiosidade de saber o antes e o depois do intrigante ponto nevrálgico da história. Já nos sonetos, Edna, propositalmente, ou por intuição poética, produziu o que a Crítica Literária chama de soneto-conto ou soneto-crônica.

Atualmente, Edna apresenta aos seus leitores uma poética, predominantemente, de sonetos que, inclusive e quando bem lhe convém, constrói poemas com metrificação regular. Apesar do esqueleto clássico, a polpa é modernista e contemporânea. Nesse sentido, o suculento repertório temático é, sem dúvida nenhuma, o aspecto protagonista na ampliação de sua Fortuna Literária. Basta conferir suas páginas mais atuais: sonetos resenhando filmes consagrados, sonetos eróticos, sonetos denunciando o machismo, sonetos líricos, existencialistas, filosóficos e mórbidos cuja linguagem hedionda e escatológica, orgulhosamente, presta homenagens a Augusto dos Anjos. Mas constatam-se também, em seus textos poéticos, postulados de Arthur Schopenhauer e Friedrich Nietzsche.

Portanto, caro Leitor, seja bem vindo ao Espaço Poético Frigatiano! Esta Recepção tem a plena certeza de que os leitores-poetas que, nesse instante, terminam de averiguar esse breve Prefácio já passearam, anteriormente, por essas veredas semióticas. E participaram desse maravilhoso jogo interativo de aquisição e divulgação do conhecimento mediante os valiosos comentários e publicações. É plena a certeza também de que tais comentários, de maneira panorâmica, compõem o esplendoroso mosaico da obra literária de nossa querida poetisa Edna Frigato. Parabéns, talentosa Escritora! Até mais ler!

Renato Passos de Barros, em 20/06/2016.