Remoendo

Já não há importância no dia passado

Não se escreve contos atrasados

Não há romance em não fazer mais nada

Já o ócio voluntário torna-se vício latente

Saboreia agora a fruta da má intenção

Poderosa por ser tão feia e arrogante

Gargalhadas não me assustam mais

Belo guri que se cansa, atrofia e envelhece

Monstro de idéias e sonhos mirabolantes

Resguarda o cérebro putrificado e manco

Já não há mais nada `a se fazer

A não ser agir, levantar e se entender!

(Quinta Feira, 18/11/99)