O CORAÇÃO E A PORTEIRA
 
Hoje eu cheguei até a porteira afoito,
Desejei que ela se abrisse para o mundo,
Ouvia meu coração bater, embora incerto,
Ainda preso ao um sentimento profundo.
A canção da porteira trazia letra indefinida,
Como quem avisa a um garoto desconhecido,
Você pode pensar, embora não ser a hora ainda,
Contenha-se desse mundo doido lhe oferecido.
Como garoto dócil, fiquei no limite do sonho,
Contemplei o horizonte norte, cativei o sul,
Não sabia de minha futura jornada, proponho,
Ainda não entendia os desejos, o céu azul.
A brisa me chamava para o sonho era doce,
A poeira misteriosa indicava o caminho,
Entendia o chamado, mas tudo parecia precoce,
As plumas eram imperfeitas, não podia deixar o ninho.
Mesmo com aperto no peito, fechei a porteira,
Sua canção agora era um choramingo,
Parecia dizer, garoto deixa a baladeira,
Venha conhecer esse mundo, outro amigo.
Derramei minhas lágrimas em suas dobradiças,
Amenizei a canção, aquela música penosa,
Não era ainda tempo, entre outras perícias,
Não se acata fins do coração, essa arma perigosa.