Mata em Vida (Cecitonio Coelho)

Deitado e o panamá do lado

Sustentando as cordas apertadas

Escurecidas de tanto tocar a escala

Sentindo os trastes na casa do braço

Pestanejando seus dedos

Tarrachas girando na mão

O tensor na madeira afinando

E a boca tangendo o mosaico

O tampo sustenta o rastilho

Do meu cavalete colado

O fundo segura a faixa

Na roldana da sua correia

Sou mata em vida

Sou instrumento

Seu refúgio

Seu violão