Poema de quarta-feira
Guardo fantasias bordadas
e alegorias quebradas
numa tarde de carnaval.
Na gaveta, esqueço do perfume
da camisa estampada com flores;
Há no escuro das ruas,
fotografias de amores
deixados em vidas
passadas.
Foram tantos olhares
e passos marcados!
Ainda ouço a batucada
do último desfile.
O corpo descansa.
Alonga-se nas sombras das horas,
num fevereiro lembrado
sem nostalgia.
Veste a quarta-feira
embalagens sem cores.
Afoga-se apaga
uma nova folia.