EU SEI, EU FIZ, EU SOU...
 
 
                    Desde que nos entendemos por gente e que o mundo é mundo, temos o hábito de analisar e avaliar o próximo, quase sempre desaprovando o seu comportamento. Todavia, detestamos ser individualmente avaliado. De quebra, muito ao contrário, vivemos nos alto avaliando. É muito comum o (a) cidadão (ã) se expressar: EU SEI, EU FUI, EU QUERO, EU FIZ, EU MANDO, EU NUNCA ERRO, EU FAÇO, EU SOU e assim por diante.
                    Mas o nosso imortal e sábio poetinha Vinícius de Morais em parceria com o grande violonista, mestre e maestro Baden Power, no belíssimo SAMBA DA BÊNÇÃO disse: “ O homem que diz sou não é, porque quem é mesmo não diz ”.
                    Nesse quesito orgulho e vaidade ainda engatinhamos. Nada sabemos por que nos recusamos a aprender. Há milhares de séculos ainda não conscientizamos para deixar que os outros nos avaliem. O sentimento de sabedoria e suficiência plena sempre está arraigado em nós acima de tudo.
                    Nos últimos cem anos conquistamos a lua e o espaço. Desenvolvemos equipamentos e componentes eletrônicos, motores e maquinários capazes de nos levar de um pólo ao outro em fração de segundos via satélite, via televisão, telefones fixos e móveis e enfim, demos um salto gigantesco na tecnologia e informática. O meio de transportes é uma coisa impressionante. Navios capazes de transportar até seis mil passageiros, mais todas as suas bagagens e ainda toda parafernália. Aviões supersônicos quem percorrem milhares de quilômetros no ar em fração de segundos. Boings 807 com capacidade de transportar oitocentos passageiros mais a sua tripulação.
                    Enfim, por terra, céu e mar nos deslocamos facilmente com os nossos fardos e apetrechos. E nos comunicamos “on line” em tempo real a qualquer hora do dia e da noite com quem quisermos em fração de segundos, com direito a imagens, sons e tudo o quanto jamais imaginaríamos a uns sessenta anos atrás.
                    Segundo as escritas nos livros evangélicos cristãos, Jesus Cristo nasceu há dois mil e doze anos e viveu apenas trinta e três anos. Nesse período nos legou os seus ensinamentos, trazidos de muitas encarnações anteriores e com as bênçãos de Deus, Pai Criador. E dentre esses ensinamentos está exatamente esse de nos libertamos do orgulho, da vaidade, da cobiça e de todos os sentimentos nocivos ao nosso crescimento moral e espiritual. Mas decorridos esses dois mil e doze anos continuamos os mesmos. Tudo o que aprendemos entra por um ouvido e sai pelo outro. Vivemos correndo atrás do ouro e da vida fácil, de olhos vendados e ouvidos tapados.
                    Se nós começarmos ainda hoje tentar aplicar no nosso dia-a-dia essa máxima de nunca alto se valorizar, talvez quando chegarmos ao ocaso e ao túmulo tenha conquistado um degrau a mais na subida da escadaria que nos leva até o Pai Criador.