ENSINO, SE SOU AGRESSIVO?

Dr. Márcio: Como fazer para conseguir que meus filhos e meu esposo sejam mais calmos comigo? (Estou ditando a pergunta para meu sobrinho, um anjinho).

Eu estou com idade avançada, esqueço algumas coisas, como tomar medicamentos certos e não ter ânimo para muitas coisas. O pior é que eles falam comigo, como se eu quisesse ficar dependente deles e falam bravos comigo.

Pode me indicar um jeito de agir? Ana

Ana: Esta é a queixa que recebo com muita frequência e me faz relembrar uma frase que não admite modificações, que repito muito: “Quem agride está inseguro e quem se sente agredido também o está!”

As causas da insegurança são várias, partindo do amor que sentem por você e percebendo suas falhas ficam inseguros, por desejarem que esteja boa. Lógico que isto não adianta, causando mais medo em você para não errar, o que lhe faz errar mais.

Só quando as pessoas não se gostam é que as agressões surgem com raiva, caso contrário tenta estimular as pessoas amadas, com gritos, ou braveza, tentando fazer com que se corrijam.

Tenho insistido sempre que o mal da população é não gostar de ler, preferem ver as desgraças dos noticiários, com crimes, 'roubos mensalosos', desobediência à Lei, protestos agressivos e o sorriso da canalhada corrupta.

Até os programas que deveriam criar alegria em seus assistentes, encontra um apresentador xingando os pequenos deslizes cometidos por seus ajudantes.

As revistas se empolgaram com propaganda, se “esquecendo” de fazer destaque das páginas úteis e importantes, como lançando indicações nas capas, sobre estas jóias educativas.

A população está malcriada, incapaz de um elogio, ou uma ajuda agradável, muitas vezes mais fácil de criar idéias repetidas, como resposta ao amor que as pessoas estão lhes transmitindo.

Celulares e paginas de “comunicação” na internet, são as demonstrações de ”saber e poder”.

Nas escolas, ao contrario de criarem pessoas dóceis, castigam-nas quando omitem deveres.

Será que um elogio ao aluno dizendo como ele será útil ao mundo estudando e aguçando sua inteligência, não daria um resultado mais positivo?

Quando percebem que alguém não cumpre o ensinado, ao invés de sentir-se inseguro como instrutor, não daria certo pesquisar a causa do não aprendizado, com perguntas carinhosas?

O mundo caminha para o ódio, embora tentem a proximidade com Deus e Jesus, rezando toneladas de contradições? Por exemplo: “Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido!” Isto é próximo a zero, ou quando muito quando precisam engolir aquelas ofensas.

Conhece alguém perfeito?

Sócrates, um maravilhoso filósofo, já dizia: “A verdadeira sabedoria está em se reconhecer a própria ignorância!”

“Só sei que nada sei”, explica o porquê das broncas “educativas”, ”orientadoras”.

Se os parentes tratassem com carinho seus doentes ou necessitados de alguma ajuda, teriam um sucesso enorme e seriam recompensados com outro gesto de carinho.

Se ao receber uma bronca, o necessitado se desculpasse, desse um carinho no agressivo, este sentiria um remorso e talvez pedisse desculpas e oferecesse de volta outro carinho.

Esta idéia que “Tenho que estar por cima de todos!”, não costuma funcionar nem no ato sexual e muitas vezes é a insegurança ou a falta de amor que torneia os agressivos, mal humorados.

Vejo com frequência respostas constantemente carregada no sobre-tom, como se prevenisse: “Não venha com coisa que não me interessam (porque sei pouco sobre isto e não quero abrir-me)”.

O que a população mundial não percebe é que estamos caminhando para não termos volta a um mundo bonito, calmo. Cito como exemplo as partidas de futebol: ao contrário da diversão, estão surgindo ameaças, brigas, mortes. Os protestos reivindicatórios seguem para o mesmo caminho.

Tomemos por exemplo a greve dos bancários: acho justo que precisem melhorar os seus salários. Mas será que os Sindicatos e os Bancos perdem tanto com isto? Ou será que estão tendo vantagens? Um exemplo foi dado recentemente por uma revista inglesa, se não me engano, mostrando que AQUELE SINDICALISTA, que sempre gostou da 51, é trilhardário. Recebendo mensal, ou não, está parecendo que ficará imune, sem pesquisar a fundo a verdade. Por que será? Medo de que outros países percebam como somos burros? Outros “coleguinhas” temem cair na malha? Qual malha? A do Vôlei? Melhor seria a da verdade.

Meu avô já dizia: “Tapar o sol com algumas peneiras, quando muito seremos morenos ao quadrado!”

Precisamos acordar aprender, parar de temer a busca ao que pode me ajudar.

Exagerar o porte pode nos levar de transporte, do nada. Concorda!

Vamos fazer Araras cheia de gente comunicativa, que visita uns aos outros, que tomam chá juntos? Ou vamos continuar fingindo que somos o que queríamos e não buscamos ser?

Deu para perceber Ana? Por vezes me empolgo. Peça ao seu anjinho (sobrinho), para dizer-lhe o que eu quis dizer, se não compreendeu tudo.

Trate aos seus sem mostrar-se chateada; prometa que vai se esforçar para não esquecer o que esperam de você.

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Dr. Márcio Funghi de Salles Barbosa

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