“MINHA RIVAL...” - Pergunte ao Doutor! - 7

Outro dia fui a um jantar e a conversa entre minhas conhecidas, era sobre o trabalho dos esposos e como estes interferiam na vida dos casais, a ponto de uma delas referir-se à empresa do marido, como “a minha rival”. Esta queixa é muito comum e fico surpresa, como as mulheres perderam a capacidade de se enxergarem, de como transformaram-se em pesos mortos, ao invés de estarem lado a lado com o marido, participando de suas vidas. Põem-se a lamentar e a rivalizar com o trabalho que só dá prazer e propicia condições financeiras. Se pensarem um pouco, conseguirão ter uma vida de conforto e alegria. Acho, que o senhor deveria falar-lhes sobre isto, pois sou diferente e me sinto a maior influenciadora do sucesso do meu esposo. Vibro com suas conquistas, da mesma forma que com as minhas, comemorando estarmos juntos e por isso, somos felizes. - T.P.L.

Como seu marido deve ser feliz, cara T.P.L. É muito raro, nos dias de hoje, encontrarmos gente lúcida como você. Eu lhe afirmo que este assunto está abordado em meu livro “Técnicas de Guerrilha Conjugal”, publicado no Recanto em E-Livros

Falando bem claro e aborrecendo um grande número de leitores, o que está ocorrendo é que muitas pessoas não conseguem aceitar o sucesso dos parceiros, diminuindo-os, tentando provar que quando eles fazem bem uma coisa, desafinam nas demais. O que é preciso perceber, é que a pessoa que acaba viciando em trabalho, via de regra, o faz para fugir de um lar indesejável, onde é diminuído e só consegue afirmação trabalhando, pois sua metade deixou de ser companheira.

Tenho um amigo debochado, muito mencionado nesta coluna, que diz: “O casamento é aquele estado de coisas, onde as pessoas primam pela infelicidade um do outro e quanto mais subjugam, mais poder acham que têm.” Exageros à parte, quantas pessoas terão vestido esta carapuça?

Às vezes converso com casais no consultório e lhes faço essa pergunta: “Como é possível viver feliz, realizado, dentro de um casamento que só hostiliza, diminui?” Se alguém consegue, é porque o outro é um demente.

Muitas mães, castradoras dos próprios esposos, aconselham às filhas antes de casar: “Cabresto curto, ainda é o melhor remédio!”. Não percebem que o conselho certo é: “Viva com seu esposo todos os momentos, ria com ele, chore com ele e o oriente para mudanças com a maior arma da vida - o amor”

Uma pessoa muito cara, me disse outro dia, que estava cansada de ver o esposo fumando. Passou a mão no maço de cigarros, rasgou todos e tornou a empacotá-los. O esposo ficou com tanta raiva, que jogou-lhe o maço na cara. “Será que ele não é capaz de entender o meu gesto”, perguntou chorando. Eu lhe disse que o que ela fez, foi um gesto de agressão. Para conseguir o seu intento, poderia tentar um bilhete de amor, dizendo o quanto temia perdê-lo, o quanto estava preocupada com o mal que o cigarro estava causando e o que estaria disposta a fazer, para ajudá-lo no abandono do vício. Isto, segundo ela, não lhe ocorreu. Para mim, o seu gesto significou: “Não creio ser capaz de convencer-lhe, sinto-me uma incapaz e por isto o agrido.”

Volto a repetir e vou repetir até à exaustão, as pessoas estão ficando cada vez mais incompetentes e com isto mais incapazes de serem felizes. Querem buscar resolver seus problemas no grito, na exigência descabida, sem falarem o que realmente sentem, o que lhes aflige. Temem fazer papel de idiotas e agem exatamente como tal.

É preciso pensar sobre isto. Mesmo porque pensar não dói, edifica.

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