Cidade de lugar nenhum

Era mais um lindo dia chuvoso na cidade de lugar nenhum onde a comunidade com cerca de 300 habitantes viviam felizes. O consumo das famílias se dava pela agricultura pura e saudável, onde surgia a fertilização do solo e sempre reaproveitável. O comércio era realizado pela troca, nada se comprava tudo era trocado ou divido, eles não tinham conhecimento de moeda alguma e isso os fazia pessoas civilizadas, diferentes, talvez nem humano eles fossem, pois os verdadeiros humanos estavam deixando uma nota de cem reais controlar suas vidas. Frutos deliciosos eram as guloseimas que as crianças comiam logo pela manhã, o que as faziam saudáveis sem nenhuma doença crônica e livres para brincar com os animais das redondezas.

Mais uma manhã, ainda madrugada quando o sol amarelado surgia por de trás das montanhas iluminando todo o sertão e aquelas famílias já acordadas todos sentados abaixo da velha árvore que fazia parte da comunidade há cerca de cem anos plantada pelos seus ancestrais contemplando o nascer do sol, pássaros cantando e de longe se ouvia o canto do pássaro do sertão, o lindo sabiá, todos os dias ele visitara a comunidade de lugar nenhum e recebido com muito amor, a arara com seu canto despertador, macacos, todo tipo de animais tinha nessa linda floresta e isso fazia as famílias felizes, flores coloridas no jardim, a vista do mar azul era uma visão harmoniosa.

As famílias de lugar nenhum não tinham conhecimento pedagógico, mas sabiam mais do que ninguém o que era o certo e o errado, para eles a felicidade e paz era o importante e nada mais faria sentido. Todos se conheciam, não tinham nenhuma pessoa corrupta entre eles, as casas não tinham portas muito menos grades, não tinham leis, eles faziam o que quisessem, eram livres para viverem suas vidas. Amor à pátria? A sua pátria era a natureza, “viva a floresta” era o lema.

Na cidade de lugar nenhum não havia indústrias para poluir, não havia carros o único transporte que existia era uma canoa usada para pescar, o alimento se dava pela caça e pesca moderada, não havia desperdício era pescado e caçado somente o necessário para o consumo. Todos os homens saiam para buscar comida e as mulheres cuidavam das crianças e da colheita, os serviços eram divididos, nada de exploração e o mais importante eles trabalhavam para si mesmo. Não tinham televisão, nada de censura nem manipulação não precisavam ler jornais se fossem mentir, sozinhos seriam capazes.

Quando a noite chegava não tinha desespero pela falta de luz, a lua surgia e iluminava toda a comunidade, os vagalumes a voarem eram muitos e as crianças correndo, pois achava encantador, todos saiam de suas pequenas casinhas e juntavam-se para uma longa prosa na noite, historia eram contadas, todos riam, contavam como foi o dia e observando a lua andante sem sair do lugar, as estrelas brilhantes faziam essa noite mais que especial a deixar todos atônitos.

Sem preocupações vivam as famílias de lugar nenhum, agua não faltava, comida também não, rico ou pobre eles nem ao menos sabiam o significado dessas palavras, para eles todos eram iguais, viviam sem medo de sofrerem um tiro, ou serem assaltadas, as pessoas da cidade de lugar nenhum viviam muito tempo por causa do ar puro e quando ficavam doentes a erva da floresta os curavam.

As pessoas da cidade de lugar nenhum vivem até hoje da melhor forma possível, sociedade independente, vivem apenas para cultivar a sua estória e preservar a floresta onde vivem, sem arrogância, sem subordinação, sem mentiras, sem interesses pessoais, sem o ódio, sem as guerras. Vivem apenas para contemplarem a vida com outros olhos. Viva a cidade de lugar nenhum onde o povo é feliz.

Tahutihator Frigus
Enviado por Tahutihator Frigus em 21/06/2015
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