“Categoria Profissional”!?!?

“Categoria são personagens submetidas diretamente à jurisdição de determinado sindicato, e por ele representadas nas negociações e dissídios coletivos e/ou individuais.” http://pt.wikipedia.org/wiki/Categoria_profissional

Do Aurélio: [Do gr. kategoría, 'atributo', pelo lat. categoria.] S. f.

1. Caráter, espécie, natureza:

2. Série, grupo.

3. Classe, qualidade, ordem:

4. Alta classe ou qualidade:

5. Hierarquia social ou administrativa:

6. Filos. Conceito de alto grau de generalidade que define, em perspectivas e níveis diversos, domínios do conhecimento e da ação.

7. Hist. Filos. Segundo Kant, cada um dos conceitos fundamentais do entendimento puro, que confere unidade aos juízos.

Vou me prender ainda ao tema: Somos mesmo uma Categoria Profissional? A totalidade dos trabalhadores vinculados a Educação Pública pode ser assim encarada? O que levou o interior do Estado a passar ao largo da “Luta de Classe”? Eu mesmo não consigo reconhecer um sindicato que possa representar meus anseios e ideais, planejando e trabalhando por reformas profundas no sistema educacional brasileiro. Vejo antes de mais nada pessoas buscando a promoção pessoal e usando de oportunismo para se unir aos que hoje oprimem a população brasileira, garantindo a ignorância da população, perpetuando as escolhas, mantendo tudo “em seu devido lugar”.

A “responsabilidade” por uma greve longa e sem muitos resultados relevantes, foi dos que trabalham na Educação. Quer que eu acredite que essa gente toda que fez faculdade, estudou pedagogia, adquiriu conhecimentos que a massa da população não possui, não sabe o que faz. Não sabia que estava pondo tudo a perder? O que pensar dos que estão fazendo mestrado e doutorado... Estão ali por ter um horário mais flexível? Passando uma chuvinha? Esperando por coisa melhor? E os antigos... Não sabem nada? São vendidos? Suas experiências com a “categoria” são irrelevantes? Agora os processos na Justiça do Trabalho, as denúncias no MP e toda aquela "Indignação" vão dar lugar a mais uma lacuna... Não queiram me transformar em um sindicalista, posso ficar tentado... Um amigo Historiador tentou e ficou indignado e decepcionado... Já deixou a Educação!!!!!

A Greve tem seu lugar por ser um instrumento legal. Porém não é a única ferramenta de trabalho em prol da "Educação de Qualidade". Muitas questões, como a transparência nos gastos com a Educação do Estado do Rio, não podem ser tratadas em movimentos de Greve. Temos que aprender a lutar de várias formas, utilizando meios e métodos diversos, buscando os colegas para desempenhar estratégias com que se afinam, promovendo uma luta contínua e unificadora.

Quem sabe o SEPE não sendo uma entidade que só aparece nas Greves, aprenda a trabalhar com os profissionais do interior do estado. Lutar contra essa tendência de fazer do professor um Auxiliar de Secretaria, Orientador Educacional, Animador Cultural, “obrigado” a aprovar quem não aprende devido às deficiências anteriores... Isso não se faz com "Palavras de Ordem" somente! Não sei em outros cantos do estado é diferente. Onde estou o SEPE estava morto.

Eu ainda acho que contratar uma Empresa Especializada para cuidar de nossas causas jurídicas, lutarem nos tribunais, seria mais interessante do que largar na mão dos que querem mais aparecer do que obter resultados e promoção política. O tempo sempre mostra as intenções ocultas. Esse Brasil ainda vai pagar muito caro por todo esse descaso com a população.

Quero salário digno sim! Agora, ter no máximo 20 alunos por turma, Escola Integral, cada sala de aula ser uma "Biblioteca", direito a me ocupar em dar aulas somente, salas de aula multimídia (não ficar marcando - disputando vaga em salas de vídeo, laboratórios de informática; que mais uma vez mostrou sua ineficácia em minha unidade; alunos reclamando por terem que pagar para fazer o trabalho nas Lans), evitar o gasto de papel, alunos retirando as "notas de aula" e exercícios resolvidos com seus pen-drivers, carteiras feitas para estudo dirigido (Chega de aulas expositivas - "Professor bom é professor Morto" - O que quero é ensinar a estudar e andar pelas próprias pernas - Professor não tem que ser amigo de seu aluno, antes de mais nada saber seu conteúdo e ter a capacidade de expô-lo com segurança)... Em fim, quero ver as lutas pela Educação de Qualidade...

O exposto acima já seria um ganho de qualidade de vida pra os professores! Não ministro aulas para crianças, só trabalho no Ensino Médio, sei das necessidades de especialistas e mão de obra qualificada em nossa nação. Sei que estamos entregando nossos melhores postos de trabalho aos estrangeiros e aos abastados de nosso país. Ficam as perguntas: Estamos lutando por Educação de Qualidade? A lista de ganhos da Greve (Não ganhos até agora!) contempla algum ganho de qualidade real em nossas vidas de Educador!?!? Não Creio amigos... Não Creio! Vai vendo... Vai vendo!

Eu sou fiel aos meus ideais, nunca vou colocar minhas decisões na mão de “Assembléias” que representam "Classes Profissionais", a meu ver, inexistentes. Não serão as Greves que serão transformadoras dessa maioria que ficou calada e vendeu de vez seus espíritos as "Almas do Outro Mundo". O trabalho de base é primordial, somente assim num futuro tenhamos mesmo uma “Categoria Profissional” atuante, podendo por e com ela lutar por um futuro melhor para toda a população brasileira, pois Educação é à base de qualquer Nação que pretende crescer e evoluir.

A “culpa” não é dos políticos. É nossa! Sobre isso deixo os companheiros, sabedores da nossa realidade, concatenarem estratégias de Urna, o lugar correto, feito pra gerar as transformações necessárias!

A. Luiz Canelhas Jr

luiz.canelhas@ymail.com

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