À procura do nariz

Vou falar a verdade. Hoje acordei mais cedo que o normal, e com uma vontade imensa de esvaziar a bexiga, vossa excelência...

__Já disse para não me chamar assim. Conte-me logo o que estava fazendo aí em cima.

Desculpe-me, senhor guarda. Como estava dizendo; acordei bem cedo.Tinha sido uma noite horrível, recheada de pesadelos; eram vários narizes caminhando pelo meu quarto, saltitavam e não tinham nenhuma direção, parecia um inferno de pragas. Esbarrava em tudo que estava à frente, espirravam nos meus livros, ligavam a luz, eu a apagava, eles ligavam novamente, e eu a apagava repentinamente. É vossa ex... Senhor guarda, passei a noite inteira brigando contra narizes, eram muitos e não me lembro de ter feito tanta barba assim em dias anteriores ( tem certeza que não quer que eu faça sua barba?!) Essas pragas saíram voando pela janela, um deles falou-me que iam à ponte central. Acenei vulgarmente com o dedo, apaguei a luz, dormi.

O alarme gritou 6:15. Abri os olhos, olhei envolta, não vi nenhum nariz correndo. Hoje não é dia de ir trabalhar. Sentei-me na cama. pensei que estivesse louco. Não sei a que ponto esse episódio foi real, uma surrealidade que convence. Desliguei o alarme que ainda estava gritando, levantei-me, coloquei o sapato 36, calça, camisa e um sobretudo. Fui à cozinha, peguei uma xícara com café amargo e corri direto para cá, a ponte que o nariz disse que viria. É vossa ex.. Senhor guarda, estou aqui à procura dos narizes que me atormentaram a noite inteira, aproveitei e subi na ponte para enfim, esvaziar minha bexiga... e não estou mentindo, estava realmente apertado.

Continuação do conto " O nariz "Gogol.

Tahutihator Frigus
Enviado por Tahutihator Frigus em 03/01/2017
Reeditado em 03/01/2017
Código do texto: T5870982
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