"(...) Qual é o teu nome? Respondeu-lhe: Legião é o meu nome, porque somos muitos." (Mc, 5, 9.)
A bem da verdade, sou uma ideia, nascida em circunstâncias inusitadas, as quais a brevidade que se me impõe aqui não me permite contar.
Mas, a quem quiser saber, vivo na cabeça de um homem que atende pelo apelativo de Marco Roberto, prof. Nado e criado em Manaus, donde saiu em 2000, hoje, depois de quase uma década na terra natal de sua parentela materna (Norte do Tocantins), vive, desde julho de 2007, em Foz do Iguaçu, urbe que, sabe-se lá por qual razão, tomou por sua. Conta com trinta e seis anos, é pai desnaturado (seu casal de filhos, em Manaus, que o digam!) e padrasto pouco mais que tolerável (seu casal de enteados, em Foz, não me deixariam mentir).
Não me deterei em falar-lhe da formação em Letras (inconclusa) nem de suas ambições (quiméricas); tampouco me espraiarei por seus defeitos (valeriam uma boa anedota) nem por suas virtudes (não se faria, delas, sequer uma crônica): é homem de existência mediana e recursos parcos, que se vos depararia, indiferentemente, numa esquina qualquer da calada com a quebrada.
Sabei, por fim, que, na mente desse Marco Roberto, prof., entre preocupações comezinhas e pensamentos ordinários, habitamos eu e outros que tais: Túlio Flávius Fabrícius, o mais antigo, Quincas "Rocinante" Borba, o mais sarcástico, e ainda outros, demasiado fetais para que sejam nomeados.