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     São os primeiros cantos de um pobre poeta. Descupai-os. As primeiras vozes do sabiá não têm a doçura dos seus cânticos de amor.

     É uma lira, mas sem cordas; uma primavera, mas sem flores; uma coroa de folhas, mas sem viço. 

    Cantos expontâneos do coração, vibrações doloridas da lira interna que agitava um sonho, notas que o vento levou - como isso dou a lume essas harmonias. 

     São as páginas despedaçadas de um livro não lido...

     E agora que despi a minha musa saudosa dos véus do mistério do meu amor e da minha solidão, agora que ela vai seminua e tímida, por entre vós, derramar em vossas almas os últimos perfumes de seu coração, ó meus amigos, recebei-a no peito e amai-a como o consolo, que foi, de uma alma esperançosa, que depunha fé na poesia e no amor - esses dois raios luimimosos do coração de Deus. 

 

                                                        Àlvares de Azevedo (Lira dos Vinte Anos)