Sou uma mistura de tinta e verso
maremoto e calmaria,
luz de lua ou sol de meio dia
Que pinta em linhas suas fantasias
escrevendo seus sentimentos,
alguns verídicos, outros inventados!
Vou saboreando metáforas entre sorrisos e dores,
e com uma assinatura ao fim do texto
tento digerir esta sina.
Sejam bem-vindos ao meu mundo,
e que hoje e por alguns instantes
ele se faça um pouquinho seu.
obrigada por seus olhos e coração.
Márcia Poesia de Sá
Eu gosto
De camisas soltas
de calças que não me apertem
e de chinelinhos de dedo!
Gosto de tapioca quentinha
café? só se for forte e sem açúcar
negro como a noite
e quente como um beijo
Gosto dos sabores que vejo
e d'outros tantos que invento
Gosto de nos cabelos, muito vento!
de ser assim, liberdade...
Não ousem enclausurar minha arte
pois ela rebela-se fácil.
Gosto de roupa indiana
da música cubana
do clima de paz do tibete
e de andar a pé...
Gosto de areia entre os dedos
da fofura quente de praia
do raiar e se pôr do sol
do Lenine e do Vinicius
Amo torrada com manteiga
e sopa cremosa de amor
Acho lindo o voo do condor
e as pirações dos beija flores
Gosto! do humor de meus filhos
de casa cheirando a comida...
de livros sem poeira
e das ladeiras de Olinda!
Gosto do que jamais finda!
da eternidade de emoções
dos dias se escondendo das noites
e das noites que nunca vão...
Gosto da bipolaridade
da essência do benjoim
gosto mesmo é de ficar assim...
Lembrando das coisas que gosto
Gosto de pássaros e cães
poesia e filosofia
água tilintando em arritmia
e das frases que ecoam
Gosto da morte e da vida
da entrada e da saída
da leveza do poema
ou de pedras na cabeça!
Gosto das florestas infinitas
saladas de tantas vidas
Dos momentos inesperados
e dos esparsados também
Gosto do silêncio entre um pensamento e outro
gosto de vinho encorpado...
de palmitos cortados num prato
e da azeitona que sempre cai.
Gosto da tolerância da maturidade
da paciência da velhice
e da sabedoria da paz.
Márcia Poesia de Sá. 12.2012