Vez por outra surge, nas letras nacionais, um autor que estabelece um novo patamar na forma e uso do idioma. Agora é a vez de Fernanda Guimarães. Ela surgiu em meio à explosão da internet, que democratizou o acesso à cultura e ao entretenimento, juntamente com muitos outros nomes que evoluíram através - ou por causa - dessa democratização. Não obstante, Fernanda Guimarães não foi eclipsada pela magnitude dessa explosão, nem cedeu à tentação de concessões à escrita medíocre, da qual muitos autores menos talentosos lançaram mão para se manterem à tona. Não! Fernanda permaneceu fiel ao seu estilo lírico, de extremo refinamento e sensibilidade. A palavra flui fácil de sua pena, transbordante de eufemismos, de imagens fortes, quase tridimensionais, porém que exprimem a catarse que lhe purifica a alma em cada verso cuidadosamente esculpido.
É impossível apenas ler a poesia de Fernanda Guimarães, e quem apenas a isto se retringe, perde o melhor da essência desta artista que veio reposicionar o lirismo contemporâneo do idioma português. Entretanto, quem se dispuser a degustar demoradamente seus versos, com o vagar necessário para que o espírito acompanhe o rítmo das descobertas, adentrará a um universo onde o amor brota de todas as frestas da alma; deliciar-se-á com as descobertas idiomáticas que tanta força, graça e beleza fornecem às suas composições poéticas.
Estamos diante de um desses raros instantes em que surge uma poetisa que nasceu para ser grande. Folgo pelo destino ter me concedido a graça de ser seu contemporâneo, e, de alguma forma ter acompanhado sua jornada em direção ao sucesso!