Crise no Jari é conspiração

Crise no Jari é conspiração

Querem que engulamos uma crise. Ela poderá vir das demissões em massa provocadas pela Jari Celulose, CADAM e suas empreiteiras. Também poderá vir do sistema de saúde pública, ou melhor ainda, poderá ser conseqüência da instabilidade política que querem instalar a qualquer custo em Laranjal do Jari. Para os interessados não importa de onde virá a crise, o mais importante é que ela aconteça. O pior de tudo é que esses cidadãos se apresentam como defensores da nossa região.

Descobri que existe meia dúzia de lideranças políticas interessadas em numa crise econômica, política e social do Vale do Jari, especialmente do município laranjalense. A principal meta dos especuladores seria desestabilizar a prefeita Euricelia Cardoso e consequentemente minar candidaturas de seus correligionários nas próximas eleições. Ninguém precisa ser “expert” no assunto para chegar a conclusão da existência da conspiração.

A tentativa de chamar a atenção da sociedade para uma suposta crise na saúde do Amapá faz parte dos estratagemas. Parte da população usada como massa de manobra ainda consegue acreditar que as críticas teriam apenas o objetivo de beneficiar os cidadãos que procuram por atendimento médico nos hospitais e postos de saúde públicos. Não seria insensato ao ponto de negar que a saúde pública do país inteiro sempre careceu de melhorias e que o Estado do Amapá e Laranjal do Jari não seria exceção, entretanto, são notórios os avanços ocorridos neste setor. Afirmar que os serviços da saúde pública laranjalense não melhoraram seria uma comparação rasteira e um atestado de demência que me recuso a assinar.

É evidente o interesse de alguns adversários políticos da gestora de Laranjal em tentar atribuir-lhe culpabilidade por tudo que acontece de negativo na região. Na tentativa frustrada de colocar o povo contra o poder público, alguns líderes já tentaram responsabilizar a prefeita pela suposta crise econômica provocada pelas demissões em massa realizadas pelo setor privado da região. É interessante como se comportam os políticos e a imprensa marrom.

A instabilidade política que querem instalar em Laranjal contraria os interesses da população local. Os laranjalenses não estão muito preocupados com os seus governantes. A maior preocupação deles é manter o básico: a educação, saúde, saneamento, emprego e segurança. Já alguns comunicadores que compõem a imprensa local, num surto de hipocrisia, clamam para que o imbróglio que envolve o mandato da prefeita do município termine logo. É tudo falsidade, pois a imprensa sobrevive das notícias, sejam elas boas ou ruins, mas convenhamos que os fatos trágicos causam-nos muito mais comoção e curiosidade.

Para a imprensa, principalmente a local, é amplamente favorável que toda a semana tenha uma novidade sobre o caso que envolve Euricelia, uma das maiores lideranças políticas do Estado amapaense. É evidente que a possibilidade de a gestora ser afastada agrada e aumenta a expectativa dos correligionários do segundo colocado nas urnas. O contrário satisfaz o grupo político da prefeita, entretanto, o clima de instabilidade acaba desagradando a todos. O que deveria preocupar as lideranças não é quem ocupará o gabinete pelos próximos anos, mas o que a administração fará pela população de Laranjal. Até agora tudo não passa de um jogo de interesses e vaidades pessoais. A população que se lixe.

*IVAN LOPES é professor, pedagogo, acadêmico de Letras e membro da Academia Laranjalense de Letras. (E-mail: f.lopes.vj@bol.com.br - Acesse o site: www.recantodasletras.com.br/autores/ivanlopes).

IVAN LOPES
Enviado por IVAN LOPES em 07/04/2009
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